Friday, June 26, 2009

The lute in "The Tudors" | O alaúde em "os Tudors"

Last week I was told that there was a TV series about the sixteenth century, where a character played Greensleeves on the lute. I understood it should be “the Tudors". I went to a discount store and bought the two seasons that were on sale.
Until now, I saw about 7 episodes, and in general I liked, especially for showing lutes in all the episodes and a light music for the instrument in the background of the scenes.

However, of course, I was horrified by the director’s freedom in creating an alternative historical reality to Portugal, when Henry VIII sister traveled to Lisbon, in a computer-made ship (looking like a Roman assault tower) to marry the "decrepit and with gout" Portuguese king. In the end of the episode, the English princess suffocates King Manuel I with a pillow, to run away with the English nobleman, which as all Englishmen of the time, was a model and didn’t have any trace of body hair. The Portuguese court, filled with extras ugly as fear, was a small hall with some tropical themes.

Indeed, in 1520, when the story is set, Lisbon was the capital of Europe, vibrant with trade, art and wealth. At that time the Portuguese Court was the pomp and ostentation, with embassies to the Pope, with elephants and rhinos. Lisbon was the oriental exotism, the spices, the porcelain from China and the pole that distributed the goods in northern Europe and the Mediterranean.

Beyond this surreal moment in the series, I saw that the extras that are playing the lute are not lutenists. Up to episode 6, they all used the instrument with the neck to the right side, and the first episode I saw someone using the lute correctly, the extra was playing as a guitarist and without using the figueta technique.

Historical Consultant: Adelino Costa

(português)
A semana passada disseram-me que havia uma série de TV passada no século XVI, onde uma personagem tocava o Greensleeves no alaúde. Percebi que deveria ser “os Tudors”. Fui a uma loja de descontos e comprei as duas temporadas que havia à venda.
Até agora, vi uns 7 episódios, e no geral gostei, principalmente por mostrarem alaúdes em todos os episódios e leve música de fundo para esse instrumento nas cenas.

No entanto, claro, fiquei horrorizado com a liberdade do director em criar uma realidade histórica alternativa para Portugal, quando a irmã de Henrique VIII viajava para Lisboa, dentro de uma nau feita em computador (mais parecida com uma torre de assalto romana) para se casar com o rei português, “decrépito e com gota”. No final do episódio, a princesa inglesa sufoca o rei Manuel I com uma almofada, para fugir com o nobre inglês, que como todos os ingleses da época, era modelo e não tinha vestígio de pelos corporais. A côrte portuguesa, repleta de figurantes feios como o medo, era um pequeno salão com alguns temas tropicais.

Na realidade, em 1520, na altura em que se passa a história, Lisboa era a capital da Europa, vibrante de comércio, arte e riqueza. Naquele tempo a Corte portuguesa era o fausto e a ostentação, com embaixadas ao Papa com elefantes e rinocerontes. Lisboa era o exotismo oriental, as especiarias, as porcelanas da China e o polo que distribuia as mercadorias pelo Norte e pelo Mediterrâneo.

Para além desse momento surreal da série, vejo que os figurantes que tocam alaúde não são alaúdistas. Até ao episódio 6, todos eles usavam o instrumento com o braço para o lado direito, e no primeiro episódio que vi alguém usar o alaúde corretamente, o figurante estava tocando como um guitarrista e sem utilizar a técnica da figueta.

Consultor histórico: Adelino Costa

Wednesday, June 17, 2009

Moving to a new apartment | Mudando para um novo apartamento

It seems like 1 year has passed since I published the last post, but in reality were only a few days, in which was doing the role of a mule, carrying things from a rented house to a new apartment.
Nothing extraordinary happened, unless when I was bitten by a blackfly and one of my erudite fingers of lutenist got like a potato for two days.
Interesting that in my internet navigations, I found the Early Music Week in UFMG - Federal University of Minas Gerais, where, to my happiness, the French lutenist, Vincent Dumestre, will to give lessons. I will announce that event here and make a small report about the experience later.

(português)
Parece que se passou 1 ano desde que publiquei o último post, mas na realidade foram apenas uns dias, em que estive a fazer o papel de mula, transportando coisas de uma casa alugada para um apartamento novo.
Nada de extraordinário aconteceu, a não ser quando um borrachudo me picou e um dos meus eruditos dedos de alaúdista ficou parecido com uma batata por dois dias. Interessante que nas minhas navegações pela net, encontrei a semana da música antiga na UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, e onde, para minha felicidade, estará o alaúdista francês, Vincent Dumestre, a dar aulas. Anunciarei esse acontecimento aqui e mais tarde farei uma pequena reportagem sobre a experiência mais tarde.

Monday, June 8, 2009

Method for the Baroque Lute | Método de Alaúde Barroco

Miguel Yisrael is a Portuguese lutenist based in Paris, who launched his first CD in 2008 through the Dutch label "Brilliant Classics".
He earned his degree in classical guitar in 1994 and in the following year he moved to Paris where he studied lute with Claire Antonini in the Department of Early Music of the "Conservatoire Supérieur de Paris - CNR”, and from 1999 to 2004, completed his studies at the Schola Cantorum Basiliensis in Basel-Switzerland, with the mythical Hopkinson Smith. Miguel Yisrael appears as a soloist in recitals around the world.

Miguel Yisrael is now launching a method for the baroque lute, which is truly unique in the panorama of Early music. Much like this blog, the method is aimed at a wide range of people interested in the lute, from the experienced players, to beginners and those who are still considering learning.

The publication is divided into three parts: the first is primarily theoretical, including explanation of tablature, understanding of the instrument and biographies of musicians. The second part is directed to the study of the technique and production of sound, having 21 elementary exercises of increasing difficulty at the end and a few pieces. The third and last part contains 250 selected pieces for the 11 and 13-course baroque lute, divided into 3 levels of difficulty.

As a personal opinion, I ordered this book and it is excellent. You cannot get the richness and detail of information nowadays, compiled and taught in a clear and objective way, better than this. Already indispensable for a modern lute student and maybe your best solution if you do not have the privilege of having a lute teacher relatively close to your home.

The method of Baroque lute includes dozens of photos in detail, and is available in English and French. 356 pages - Editions "Ut Orpheus", Italy, 2008.


(português)
Miguel Yisrael é um alaúdista português com base em Paris, que lançou o seu primeiro CD em 2008 pela distribuidora holandesa “Brilliant Classics”.
Obteve o seu diploma em guitarra clássica, em 1994 e no ano seguinte mudou-se para Paris onde estudou alaúde com Claire Antonini no Departamento de Música Antiga do “Conservatoire Supérieur de Paris”-CNR, e de 1999 a 2004, completou os seus estudos na Schola Cantorum Basiliensis, em Basel na Suíça, com o mítico Hopkinson Smith. Miguel Yisrael apresenta-se como solista em recitais por todo o mundo.

Miguel Yisrael lança agora um método para alaúde barroco, que é verdadeiramente original no panorama da música antiga. Muito como este blog, o método é voltado para um leque alargado de pessoas interessadas no alaúde, desde os músicos experimentados, até aos iniciantes e àqueles que ainda estão considerando aprender.

A publicação está dividida em três partes: a primeira é, sobretudo teórica, incluindo explicação sobre tablatura, compreensão do instrumento e biografias de músicos. A segunda parte é direcionada para o estudo da técnica e produção do som, tendo no final, 21 exercícios elementares de dificuldade crescente e algumas peças. A terceira e última parte contem 250 peças selecionadas para o alaúde barroco de 11 e 13 ordens, divididas em 3 graus de dificuldade.

A título de opinião pessoal, encomendei este livro e ele é excelente. Você não poderá obter esta riqueza e detalhe informativo hoje em dia, compilado e ensinado clara e objetivamente, de uma maneira melhor que esta. Já indispensável para um estudante de alaúde moderno e talvez a sua melhor solução, se não tiver o privilégio de ter professor relativamente perto de sua casa.

O método de Alaúde Barroco inclui dezenas de fotos em detalhe, e está disponível em inglês e francês. 356 páginas - Edições “Ut Orpheus”, Itália, 2008.