Wednesday, February 11, 2009

The Lute in my life | O alaúde em minha vida

Music entered very early in my life. My brother, who is 6 years older than me, used to listen to a lot of radio music when I was little. He was my first and primary reference. The oldest musical memory I have is when I was 5 years old. Somehow I managed to ask my parents to buy me the “Le Papa Pingouin” single by Sophie et Magaly, which made me vibrate during the Eurovision festival 1980. During this time, my brother already exposed me to rock music and had a collection of a fair number of vinyl discs, including alternative sounds like "Dead Can Dance." I remember how I used to be wild with "neverending story" by Limahl, "The Final Countdown" by Europe and "Sounds Like a Melody" by Alphaville. But it was in 1985, that 3 musical moments took my passion for music to a new dimension and that made me want to play instruments and explore this new and rich world:
1 - My brother buys the album "Love" by "The Cult". Still consider it one of the best albums of all time, with tremendous artistic and musical taste, with an attractive gothic look, which made me want to get more music, more history, more graphic arts and learn the English lyrics.
2 - I watch the movie "Amadeus." Still my favorite movie, which alone made me go learn to play piano. During several days, a dark VHS tape on the shelf used to frighten me, until one day when I took courage and decided to see this "terror movie." At the beginning of the movie, when the old Salieri says: "Mozart!" And the picture shows the child prodigy, playing for the Pope, my life changed forever.
3 - I hear lute music for the first time. Sometimes my brother discovered alternative radios, often nocturnal, in which he used to record chilly organ music, the ultra-fast "Ride the Sky" by Helloween and mysterious lute songs, which I played on my recorder over and over. (Today, with the distortion that music gets in the mind for 15 years, I only found one, by John dowland, probably played by Julian Bream). For the love of this new type of music, so connected to my way of feeling and the historical memory of the country where I was born, I came to suffer a humiliation at school. The teacher gave us the painting "starry night" by Von Gogh and asked us to bring a music that connected us to the painting, and a text. Three students offered as volunteers, I was one. However, all colleagues preferred U2 and Belinda Carlisle than John dowland, and made fun of my text about a renaissance feast of my. I have always been different in that aspect. It was a bit after this episode that I lost contact with lute music for many years. Already in the 90s, I rediscovered the lute through the Hespèrion XX. Of all those wonderful musicians, I focused on Rolf Lislevand, the lutenist that a little later I saw on TV playing with Montserrat Figueras. I was excited by the sound and style. A little later I bought a Jacques de Gallot CD by Hopkinson Smith, one of the biggest references of the lute music.


(português)
A música entrou na minha vida bem cedo. Meu irmão, que é 6 anos mais velho que eu, ouvia muita música na rádio quando eu era pequenino. Ele foi a minha primeira e principal referência. A memória musical mais remota que tenho foi de aos 5 anos ter de algum modo conseguido que os meus pais me comprassem o disco single de Sophie et Magaly, “Le Papa Pingouin”, que me tinha feito vibrar durante o festival da Eurovisão 1980. Durante esse tempo já o meu irmão me expunha a música rock e colecionava já um número razoável de discos de vinil, incluindo sons mais alternativos como “Dead can Dance”. Lembro-me de delirar com “neverending story” de Limahl, “The Final countdown” dos Europe e “Sounds Like a Melody” dos Alphaville. Mas foi em 1985, que 3 momentos musicais levaram a minha paixão pela música a outra dimensão e que me fizeram querer tocar instrumentos e explorar esse novo e rico mundo:
1- O meu irmão compra o álbum “Love”, dos "The Cult".
Ainda hoje o considero um dos melhores álbuns de todos os tempos, de tremendo bom gosto musical e artístico, com um visual gótico e atraente que me fez ir buscar mais música, mais história, mais artes gráficas, aprender o inglês das letras.
2- Eu assisto ao filme “Amadeus”.
Ainda hoje o meu filme preferido e que me fez sozinho ir aprender a tocar piano. Durante alguns dias a cassete VHS de capa sombria estava em cima da cômoda e assustava-me, até que um dia tomei coragem e decidi ver esse “filme de terror”. No início do filme, quando o velho Salieri diz: “Mozart”!, e a imagem mostra o menino-prodígio tocando para o Papa, a minha vida mudou para sempre.
3- Eu ouço música de alaúde pela primeira vez.
Algumas vezes o meu irmão descobria rádios alternativas, muitas vezes noturnas, em que gravava música de órgão que causava calafrios, o aceleradíssimo “Ride the Sky” dos Helloween, e algumas músicas misteriosas de alaúde, que eu tocava no meu gravador vezes sem conta. (Hoje, com a distorção que a música sofre na memória durante 15 anos, apenas descobri uma, que pertence a John Dowland, provavelmente tocada por Julian Bream).

Por amor a esse novo tipo de música, tão conectado à minha forma de sentir e à memória histórica da terra onde nasci, cheguei até a sofrer uma humilhação na escola. A professora deu-nos a pintura “noite estrelada” de Von Gogh e pediu para nós trazermos uma música que nos ligasse à pintura, e um texto. Três alunos se ofereceram como voluntários, eu era um deles. No entanto, todos os colegas preferiram U2 e Belinda Carlisle do que John Dowland, ridicularizando o meu texto de viagem ao passado de um banquete renascentista. Sempre fui diferente nesse aspecto.

Foi um pouco depois desse episódio que perdi o contacto durante muitos anos com a música de alaúde.
Já na década de 90, redescobri o alaúde através dos CDs do Agrupamento Hespèrion XX. De todos aqueles maravilhosos músicos, para mim tinha destaque Rolf Lislevand, o alaúdista que um pouco mais tarde vi acompanhar Montserrat Figueras na televisão. Fiquei entusiasmado pelo som e pelo estilo. Um pouco mais tarde comprei um CD de Jacques de Gallot, por Hopkinson Smith, que em pouco tempo percebi ser uma das maiores referências da actualidade.

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