Last year I made my first appearance in public, that didn’t go well and my confidence was shaken for some time.
The songs were easy, of those that I played with my eyes closed while watching comedy on TV, but with the presentation time approaching I started to get anxious. It was alright, because our Early Music group would play some songs first from "Cancioneiro Musical de Belém” – Portuguese Music from the end of the Fifteenth Century.
In about 20 minutes to the start of the presentations, I received the recital programme and there was my name and title of the songs that I was going to play. But according to the programme, I would play alone before playing with the Early Music group. Anxiety turned into nervousness. And the people who were coming to see me? Seemed like they would never appear, so I went running to the park to see if they were coming. My time was approaching, the heat inside the small room with about 40 people was unbearable, and I, the only student that day dressed in choir boy uncomfortable clothes, began to sweat uncontrollably.
My turn came, and the teacher, proudly announced that directly from Lisbon-Portugal I would play for them. As sweat slided down my face, I thought I could not fail, there I had to be the Jimmy Hendrix of the lute, nothing less.
There was no problem facing the eyes of those 40 people and other colleagues fixed on me, but for my bad luck, my left hand declared independence and began to tremble, and I went down as Titanic, with that Jedi mental strength holding the itching from the sweat in my face.
Some weeks passed and I began to feel uncomfortable to have stopped before a difficulty. I decided to face the "panic" of playing in public. Reflecting on the students’ recital, I discovered in me some flaws and natural inadequacies of someone who is still in the first half of the lute course. Moreover, it was the first time in several years that I played in public and that chair where I sat, was a lonely place.
I came to the conclusion that I was not concentrated in the music, but on what people were thinking. It is interesting to notice that when the hand trembles a bit, we tend to give importance to this factor and so it starts trembling more. In that way, we get more nervous in a chain reaction that has disastrous results. It would help relax doing some breathing exercises to help reduce the level of anxiety and not try to be a virtuoso. Not make a "traffic fine" face when something goes wrong, because often the public doesn’t realize.
I noticed that when we perform, we must play songs from last semester, because we have more security and when we get "turbulence" in the hand, we can always turn the "auto-pilot" on, which was formed during the long hours of study.
I talked with other colleagues in the Early Music Nucleus on the nervousness of a recital and noticed that everyone passed through the same situation. However, for everybody it was essential to play more often in public to dissipate the nervousness. The ideal was to do open rehearsals to students and friends, playing at home for family members, because skipping that stage is often a cause of paralyzing nervousness before the audience. It’s a very important exercise, because we notice how our body reacts and we can find some factors that may increase the nervousness, which are usually natural and we must learn to live with them and not turn them into boogeymen.
For Eternity: " The secret of success is going from failure to failure without loss of enthusiasm. - Winston Churchill
(português)
No ano passado fiz a minha primeira apresentação em público, que não correu bem e a minha confiança ficou abalada durante algum tempo.
As músicas eram fáceis, daquelas que eu tocava de olhos fechados enquanto via comédia na TV, mas com o aproximar da hora da apresentação comecei a ficar ansioso. Tudo bem, pois o nosso grupo de música antiga ia apresentar-se primeiro para tocar músicas do “Cancioneiro Musical de Belém” – Música portuguesa dos finais do século XV.
A uns 20 minutos para o início das apresentações, recebi a programação do recital e lá estava o meu nome e o título das músicas que eu iria apresentar. Mas segundo a programação, eu tocaria sozinho antes de tocar com o grupo de música antiga. A ansiedade transformou-se em nervoso. E as pessoas que me vinham ver? Nunca mais apareciam, tanto que cheguei a correr até ao estacionamento para ver se estavam a chegar. A minha vez aproximava-se, o calor dentro da pequena sala com umas 40 pessoas era insuportável e eu, o único aluno naquele dia vestido com roupa desconfortável de menino de coro, comecei a transpirar incontrolavelmente.
Surgiu a minha vez, e o professor, orgulhoso, anuncia que directamente de Lisboa-Portugal eu iria tocar para eles. Enquanto o suor me corria pela cara, eu pensava que não poderia falhar, eu tinha de ser ali o Jimmy Hendrix do alaúde, nada menos.
Não foi problema enfrentar o olhar fixo daquelas 40 pessoas e de outros colegas meus fixados em mim, só que para meu azar a minha mão esquerda declarou independência e começou a tremer, e eu fui a pique como o Titanic, com aquela força mental de Jedi a agüentar a comichão daquela transpiração na minha cara.
Algumas semanas se passaram e comecei a sentir aquele desconforto de ter parado perante uma dificuldade. Resolvi enfrentar o “pânico” de tocar em público. Refletindo sobre o recital dos alunos, descobri em mim falhas e desajustamentos próprios de quem ainda está na primeira metade do curso de alaúde. Além do mais, era a primeira vez em alguns anos que tocava em público e aquela cadeira onde me sentei, era um local solitário.
Cheguei à conclusão que eu não estava concentrado na música, mas no que as pessoas estariam a pensar. É curioso que quando reparamos que a mão está a tremer um pouco, temos tendência a dar importância a esse factor e assim ela passa a tremer mais. Por isso, ficamos mais nervosos num efeito em cadeia que tem resultados desastrosos. Ajudaria descontrair com alguns exercícios respiratórios para ajudar a reduzir o nível de ansiedade e não procurar ser um virtuoso. Não fazer aquela cara de “multa de trânsito” quando algo corre mal, pois muitas vezes o público não se apercebe.
Percebi também que quando nos apresentamos devemos tocar músicas do semestre passado, pois temos mais segurança e quando houver “turbulência” na mão, podemos sempre ligar o “piloto-automático” que se formou durante as longas horas de estudo.
Falei com outros colegas do núcleo de música antiga sobre o nervosismo de um recital e percebi que todos passam pela mesma situação. No entanto, para todos era essencial tocar mais vezes em público até o nervoso se dissipar. O ideal era fazer ensaios abertos a alunos e amigos, tocar em casa para familiares, pois queimar essa etapa é muitas vezes uma causa de nervosismo paralisante em palco. É um exercício muito importante, pois vamos notando como o corpo reage e podermos aperceber-nos de alguns fatores que possam estar a aumentar o nervosismo, que normalmente são naturais e que temos de aprender a conviver com eles e a não transformá-los em bichos papões.
Para a Eternidade: “O segredo do sucesso é andar de revés em revés sem perder o entusiasmo”. – Winston Churchill
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Prezados senhores,
ReplyDeleteLi hoje cedo esse artigo. É, eu me identifiquei muito porque sei muito bem como é complicado controlar o nervosismo e controlar o nervosismo dos alunos é ainda mais difícil.
Sou professor de viola da gamba em São Paulo e vou divulgar o blog para meus alunos.
Cordiais saudações,
Henrico Fontes
Hi,
ReplyDeleteYou have a very informative blog on an instrument that is not known in this part of the world where I live - Daman (Damao), India. The cherubs that adorn the altars of the 17th century Portuguese churches here, neither hold a lute nor a harp!
The musical instruments played in church were the violins and the harmonium during the colonial days. It's guitars and synths now.
But I guess only the lute could lend a virtual, "Made in Heaven" tag to church music.