While starting this post I was surprised about how I didn’t write about it before. It is a simple and unassuming record, but nothing less than perfection. I know several perfect lute albums, combining the genius of the songwriting with the talent of lutenists aswell as the quality of sound and recording.
One of the albums that fit this group is "music for vihuela" by Dolores Costoyas. Not only the interpretation of the music of Luys de Narvaez and Miguel de Fuenllana is outstanding, the sound that the argentine lutenist takes from the vihuela is wonderful, but the actual album as a whole is a lute masterclass. No other album has taught me so much as this one, at various levels and details, including learning to breathe throughout the songs. It has been responsible for the biggest jump so far in my musical progression. Every time you listen to it you learn something, you drink from the source, from the absolute perfection. Close your eyes and you’ll visualize yourself in the Spanish mid-sixteenth century courts.
Português
Ao iniciar este post fiquei surpreendido como não escrevi sobre ele antes. É um disco simples e despretensioso, mas nada abaixo de perfeito. Conheço vários álbuns de alaúde perfeitos, que aliam a genialidade das composições com o talento dos alaudistas e com a qualidade do som e gravação.
Um dos álbuns que se enquadram nesse grupo é o “music for vihuela” de Dolores Costoyas. Não só a interpretação de algumas das músicas de Luys de Narvaez e Miguel de Fuenllana são extraordinárias, o som que a alaudista Argentina tira da vihuela é maravilhoso, mas o próprio álbum no seu todo é uma aula de alaúde. Nenhum outro álbum me ensinou tanto como esse, em vários níveis e detalhes, incluindo aprender a respirar durante a música. Tem sido responsável pelo maior salto até agora na minha progressão musical. A cada vez que se escuta se aprende algo, se bebe da fonte, da perfeição absoluta. Feche os olhos e se visualizará na corte espanhola em meados do século XVI.
Wednesday, March 30, 2011
Wednesday, March 23, 2011
Conversation with Bernhard Hofstötter | Conversa com Bernhard Hofstötter
Today I talked a few minutes with the Austrian lutenist Bernhard Hofstötter. I knew his work because he recorded a CD of Weiss’s Suites and Concerto for two lutes in partnership with Dolores Costoyas, which I really love. I was very touched by his kindness.
The context of this conversation was my interest in becoming a lute teacher one day and to know what qualifications are needed to teach in music schools and conservatories, or if those positions are filled only by artistic criteria (I remember at least one of the world’s most famous lutenists which doesn’t have a university degree in music). I was very honored by the attention he paid to me and of his encouragement of my ideas for the future, having commended the initiative of this blog and be surprised by the 7000 visits that it already has.
When I asked him about his work, Mr. Hofstötter told me he just recorded his solo CD with works by Weiss, which is now in edition phase. It will be in stores soon.
Português
Hoje estive uns minutos à conversa com o alaudista austríaco Bernhard Hofstötter. Conhecia o seu trabalho por ter gravado um CD de Suites de Weiss e concerto para dois alaúdes em parceria com Dolores Costoyas, que realmente adoro. Fiquei muito sensibilizado com a sua amabilidade.
O contexto dessa conversa foi o meu interesse em um dia ser professor e saber quais as habilitações que serão necessárias para lecionar em escolas de música e conservatórios, ou se esses cargos são preenchidos apenas através de critérios artísticos (Lembro-me pelo menos de um dos maiores alaudistas mundiais, que nem sequer é formado em música). Fiquei muito honrado com a atenção que me prestou e de ter incentivado as minhas idéias para o futuro, tendo elogiado a iniciativa do blog e se surpreendido com as 7000 visitas que já tem.
Quando lhe perguntei sobre o seu trabalho, o Sr. Hofstötter disse-me que acabou de gravar o seu CD a solo à pouco tempo com obras de Weiss, e que está em fase de edição. Estará nas lojas em breve.
The context of this conversation was my interest in becoming a lute teacher one day and to know what qualifications are needed to teach in music schools and conservatories, or if those positions are filled only by artistic criteria (I remember at least one of the world’s most famous lutenists which doesn’t have a university degree in music). I was very honored by the attention he paid to me and of his encouragement of my ideas for the future, having commended the initiative of this blog and be surprised by the 7000 visits that it already has.
When I asked him about his work, Mr. Hofstötter told me he just recorded his solo CD with works by Weiss, which is now in edition phase. It will be in stores soon.
Português
Hoje estive uns minutos à conversa com o alaudista austríaco Bernhard Hofstötter. Conhecia o seu trabalho por ter gravado um CD de Suites de Weiss e concerto para dois alaúdes em parceria com Dolores Costoyas, que realmente adoro. Fiquei muito sensibilizado com a sua amabilidade.
O contexto dessa conversa foi o meu interesse em um dia ser professor e saber quais as habilitações que serão necessárias para lecionar em escolas de música e conservatórios, ou se esses cargos são preenchidos apenas através de critérios artísticos (Lembro-me pelo menos de um dos maiores alaudistas mundiais, que nem sequer é formado em música). Fiquei muito honrado com a atenção que me prestou e de ter incentivado as minhas idéias para o futuro, tendo elogiado a iniciativa do blog e se surpreendido com as 7000 visitas que já tem.
Quando lhe perguntei sobre o seu trabalho, o Sr. Hofstötter disse-me que acabou de gravar o seu CD a solo à pouco tempo com obras de Weiss, e que está em fase de edição. Estará nas lojas em breve.
Saturday, March 19, 2011
Weiss and Sentimentalism | Weiss e Sentimentalismo
While I await the construction start of my new baroque lute, I have my ipod full of Sylvius Leopold Weiss’s music. As I listen to every detail of the oeuvre of this unknown genius, I remember immediately of one of my favorite films - "The Pianist" by Roman Polanski, which has its soundtrack made entirely with pieces of the polish composer Fryderyk Chopin. A soulful music full of contrasts and deeply connected to the states of the human soul.
When I had this thought, the comparison seemed absurd because how this contemporary and friend of JS Bach might have something to do with a romantic of the first half of the nineteenth century? It’s just that the music of Weiss is so full of emotion and striking expressiveness that moves us and levitates us...
The answer has to do with a school of thought called "Sentimentalism," or "Empfindsamkeit", which appeared around 1720 and continued until the time of the French Revolution. This philosophy came at the end of French rationalism, which was used to discipline societies under Absolutism. It began with the break up with the church and religiousness, returning to Humanism and the belief that Man is good by nature and that his ability to feel could be expressed without restriction and sensitivity starts to be seen as a moral quality and not a weakness of spirit.
Recommended listening (youtube): Robert Barto (Naxos)
Português
Enquanto aguardo pelo início da construção do meu novo alaúde barroco, tenho o meu ipod cheio de música de Sylvius Leopold Weiss. À medida que vou ouvindo cada detalhe da obra deste gênio desconhecido, lembro-me imediatamente de um dos meus filmes preferidos – “O pianista” de Roman Polanski, que tem a sua trilha sonora inteiramente feita com peças do compositor polonês Fryderyk Chopin. Uma música sentimental e cheia de contrastes profundamente ligada aos estados da alma humana.
Quando tive esse pensamento pareceu-me absurda a comparação, até porque como este contemporâneo e amigo de J.S.Bach poderia ter algo a ver com um romântico da primeira metade do século XIX? É que a música de Weiss é tão cheia de emoção, de uma expressividade impressionante, que nos comove, nos levita...
A resposta tem a ver com uma corrente de pensamento chamada de “Sentimentalismo”, ou “Empfindsamkeit”, que apareceu por volta de 1720 e se estendeu até alturas da Revolução Francesa. Essa filosofia apareceu com o final do racionalismo francês, que foi usado para disciplinar as sociedades no Absolutismo. Foi iniciada com o rompimento com a Igreja e a religiosidade, voltando ao humanismo e à crença que os homens são por natureza bons e que a sua capacidade de sentir poderia ser expressa sem restrições, sendo que a sensibilidade passa a ser vista como uma qualidade moral e não uma fraqueza do espírito.
Audição recomendada (Youtube): Robert Barto (Naxos)
When I had this thought, the comparison seemed absurd because how this contemporary and friend of JS Bach might have something to do with a romantic of the first half of the nineteenth century? It’s just that the music of Weiss is so full of emotion and striking expressiveness that moves us and levitates us...
The answer has to do with a school of thought called "Sentimentalism," or "Empfindsamkeit", which appeared around 1720 and continued until the time of the French Revolution. This philosophy came at the end of French rationalism, which was used to discipline societies under Absolutism. It began with the break up with the church and religiousness, returning to Humanism and the belief that Man is good by nature and that his ability to feel could be expressed without restriction and sensitivity starts to be seen as a moral quality and not a weakness of spirit.
Recommended listening (youtube): Robert Barto (Naxos)
Português
Enquanto aguardo pelo início da construção do meu novo alaúde barroco, tenho o meu ipod cheio de música de Sylvius Leopold Weiss. À medida que vou ouvindo cada detalhe da obra deste gênio desconhecido, lembro-me imediatamente de um dos meus filmes preferidos – “O pianista” de Roman Polanski, que tem a sua trilha sonora inteiramente feita com peças do compositor polonês Fryderyk Chopin. Uma música sentimental e cheia de contrastes profundamente ligada aos estados da alma humana.
Quando tive esse pensamento pareceu-me absurda a comparação, até porque como este contemporâneo e amigo de J.S.Bach poderia ter algo a ver com um romântico da primeira metade do século XIX? É que a música de Weiss é tão cheia de emoção, de uma expressividade impressionante, que nos comove, nos levita...
A resposta tem a ver com uma corrente de pensamento chamada de “Sentimentalismo”, ou “Empfindsamkeit”, que apareceu por volta de 1720 e se estendeu até alturas da Revolução Francesa. Essa filosofia apareceu com o final do racionalismo francês, que foi usado para disciplinar as sociedades no Absolutismo. Foi iniciada com o rompimento com a Igreja e a religiosidade, voltando ao humanismo e à crença que os homens são por natureza bons e que a sua capacidade de sentir poderia ser expressa sem restrições, sendo que a sensibilidade passa a ser vista como uma qualidade moral e não uma fraqueza do espírito.
Audição recomendada (Youtube): Robert Barto (Naxos)
Wednesday, March 2, 2011
A motet for new friends | Um moteto para novos amigos
This week, while I decide the contents of my graduation recital and start rehearsing the Vivaldi trios to perform in the middle of the semester, I want to homage some new friends with a post a little different than usual. Last week I traveled to a place literally out of this world, where my consciousness was expanded and I learned new practices more conscious about the environment, myself and others around me, about happiness and fulfillment, and also the sustainability of human beings in the future of the planet.
In moments of meditation, I used to hear the waves come together with my own breathing, but during this week some of my silences were trips by the sound of the "Spem in Alium" motet by Thomas Tallis. Now here, back to my musical life when I hear this song I remember the starry sky and the silents lightnings across all the horizon of that heaven.
I dedicate this post and this divine music to them. Thanks for existing. Pax Vobiscum.
Luís
Spem in Alium - Thomas Tallis - 8 choirs (40 voices) 8 coros (40 vozes)
(Português)
Esta semana, enquanto decido o conteúdo do meu recital de formatura e inicio os ensaios para apresentar os trios de Vivaldi no meio do semestre, gostaria de homenagear alguns novos amigos com um post um pouco diferente do habitual. Na semana passada viajei para um local literalmente fora deste mundo, onde expandi a minha consciência e aprendi novas práticas mais conscientes com o ambiente, comigo e com os outros à minha volta, com a felicidade e plenitude, e também com a sustentabilidade do ser humano no futuro do Planeta.
Em momentos de meditação, costumava ouvir as ondas do mar chegarem junto da minha própria respiração, mas durante essa semana alguns dos meus silêncios foram viagens ao som do moteto “Spem in Alium” de Thomas Tallis. Agora aqui, de volta à minha vida musical, quando eu ouço esta música lembro do céu estrelado e dos relâmpagos silenciosos por todo o horizonte desse Paraíso.
Dedico este post e esta música divina a eles. Obrigado por existirem. Pax Vobiscum.
Luís
In moments of meditation, I used to hear the waves come together with my own breathing, but during this week some of my silences were trips by the sound of the "Spem in Alium" motet by Thomas Tallis. Now here, back to my musical life when I hear this song I remember the starry sky and the silents lightnings across all the horizon of that heaven.
I dedicate this post and this divine music to them. Thanks for existing. Pax Vobiscum.
Luís
Spem in Alium - Thomas Tallis - 8 choirs (40 voices) 8 coros (40 vozes)
(Português)
Esta semana, enquanto decido o conteúdo do meu recital de formatura e inicio os ensaios para apresentar os trios de Vivaldi no meio do semestre, gostaria de homenagear alguns novos amigos com um post um pouco diferente do habitual. Na semana passada viajei para um local literalmente fora deste mundo, onde expandi a minha consciência e aprendi novas práticas mais conscientes com o ambiente, comigo e com os outros à minha volta, com a felicidade e plenitude, e também com a sustentabilidade do ser humano no futuro do Planeta.
Em momentos de meditação, costumava ouvir as ondas do mar chegarem junto da minha própria respiração, mas durante essa semana alguns dos meus silêncios foram viagens ao som do moteto “Spem in Alium” de Thomas Tallis. Agora aqui, de volta à minha vida musical, quando eu ouço esta música lembro do céu estrelado e dos relâmpagos silenciosos por todo o horizonte desse Paraíso.
Dedico este post e esta música divina a eles. Obrigado por existirem. Pax Vobiscum.
Luís
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