Merry Christmas everyone and wishes of an excelent musical year of 2012.
For me, the new year will bring a Summer Course at EMB - School of Music of Brasilia, professionalization, a new group starting with Purcell and the implementation of a personal project of portuguese music since before the conquest of Lisbon in 1147 until the days of Fado, with special focus on the XVIth century and in the interaction between christians, jews and muslims in that city throughout history.
(Português)
Feliz Natal a todos e desejos de um excelente ano musical de 2012.
Para mim, o novo ano trará um Curso de Verão na Escola de música de Brasília, a profissionalização, um grupo que se inicia com Purcell e o implementar de um projeto pessoal de música portuguesa desde antes da conquista de Lisboa em 1147 até aos dias do Fado, com especial foco no século XVI e na interacção entre cristãos, judeus e muçulmanos nessa cidade ao longo da história.
Saturday, December 24, 2011
Wednesday, December 14, 2011
New Vihuela arrived! | Nova vihuela/viola de mão chegou!
Finally I got my new vihuela. It was built by a French luthier who made me a special price, and therefore asked me not to reveal his name for now. The decorations are inspired by the cover picture of Luys de Milán’s book "El Maestro", 1535.
The woods used in its construction were: spruce, ebony (mirror | back and pegs), Indian rosewood (pegbox), Walnut tree (box), cedar (neck), Pear tree (bridge and rose) and parchment (rose). Strings and frets made of gut.
For me it's a dream to have received this instrument, for which most of my favorite songs of the Renaissance were composed. For those who learned and played them in a 8-orders Hans Frei lute, they seem much easier to play now in this instrument of thinner neck and only 6 orders. (More photos below)
(português)
Finalmente recebi a minha nova vihuela. Foi construída por um luthier francês que me fez um preço de amigo, e por isso, me pediu para não revelar o seu nome por enquanto. As decorações são inspiradas pela gravura de capa do livro “El Maestro” de Luys de Milán, 1535.
As madeiras usadas na sua construção foram: Abeto, ébano (espelho e cravelhas), jacarandá indiano (cravelheira), Nogueira (caixa), cedro (braço), Pereira (cavalete e rosa) e pergaminho (rosa). Cordas e trastes feitos de tripa.
Para mim é um sonho ter recebido este instrumento, para o qual a maioria das minhas músicas preferidas do Renascimento foram concebidas. Para quem as aprendeu e tocou num alaúde Hans Frei de 8 ordens, agora elas parecem bem mais fáceis de tocar neste instrumento de braço mais fino e de somente 6 ordens. (Mais fotos abaixo)
There's a slight curvature in the back/mirror | O espelho é ligeiramente curvado
Pegbox detail | Detalhe das cravelhas
The woods used in its construction were: spruce, ebony (mirror | back and pegs), Indian rosewood (pegbox), Walnut tree (box), cedar (neck), Pear tree (bridge and rose) and parchment (rose). Strings and frets made of gut.
For me it's a dream to have received this instrument, for which most of my favorite songs of the Renaissance were composed. For those who learned and played them in a 8-orders Hans Frei lute, they seem much easier to play now in this instrument of thinner neck and only 6 orders. (More photos below)
(português)
Finalmente recebi a minha nova vihuela. Foi construída por um luthier francês que me fez um preço de amigo, e por isso, me pediu para não revelar o seu nome por enquanto. As decorações são inspiradas pela gravura de capa do livro “El Maestro” de Luys de Milán, 1535.
As madeiras usadas na sua construção foram: Abeto, ébano (espelho e cravelhas), jacarandá indiano (cravelheira), Nogueira (caixa), cedro (braço), Pereira (cavalete e rosa) e pergaminho (rosa). Cordas e trastes feitos de tripa.
Para mim é um sonho ter recebido este instrumento, para o qual a maioria das minhas músicas preferidas do Renascimento foram concebidas. Para quem as aprendeu e tocou num alaúde Hans Frei de 8 ordens, agora elas parecem bem mais fáceis de tocar neste instrumento de braço mais fino e de somente 6 ordens. (Mais fotos abaixo)
There's a slight curvature in the back/mirror | O espelho é ligeiramente curvado
Pegbox detail | Detalhe das cravelhas
Sunday, November 27, 2011
Fado Music – Cultural Heritage of Humanity | FADO – Património Cultural da Humanidade
Still stunned for having watched yesterday the divine two hours and thirteen minutes of the "Dinastia Borgia: Iglesia y poder en El Renascimiento" concert by the groups led by Jordi Savall, "Hespèrion XXI" and "La Capella Reial de Catalunya," and one of the last performances of the greatest muse in the Early Music world, Montserrat Figueras, I received the news that Fado(Portuguese musical genre)was promoted to Cultural Heritage of Humanity by UNESCO.
Fado (English: "Fate") is a symbol of Portugal, a highly emotional form of music that captures the portuguese soul. Deep feelings, heart breakings, sadness and longing for someone who's gone, everyday events, the ups and downs of life, the eclipse of the overseas empire - are the more traditional themes of Fado in Lisbon. There's also the Fado of Coimbra and of Ribatejo.
The Fado is not sealed. It has mutated until it reached its most recognizable form, but is still susceptible to new influences. The type of music that originated it, probably emerged at the same time that Zyriâb founded the first music conservatory in Europe at Cordoba in the IXth century. (Http://lutetheinstrument.blogspot.com/2010/01/ziryab-key-figure-in-history-of-lute.html)
In Lisbon, the future capital of Portugal, music itself has always had its own characteristics, which an author once called "oceanic" as opposed to the then famous music centers such as Syria and Baghdad. Lisbon was conquered by the Christians in 1147 and the existing music was naturally absorbed and remained little changed until the middle of the XVth century. The instruments then lost some of its Moorish features and the percussion disappeared from this musical form. Other instruments started to be used, like the vihuela and zither, to meet the increasing complexity of polyphonic genres that were coming mainly from France. In the seventeenth century baroque guitar comes in, so popular it was that travelers used to say that even children played it in the streets.
At the same time that instruments were changing, the future Fado gained its particular characteristics through the intense traffic of portuguese sailors, travelers and adventurers through the docks and taverns of Lisbon, coming from and going to different corners of the Empire and the World. A musical genre is born, which persisted in using the zither, which was out of use in Europe, and that used the themes mentioned at the start of this article. From 1800 to 1840 Fado becomes the present Fado. The zither is renamed as the Portuguese guitar, the old baroque guitar is replaced by the classical guitar. It was, it is and it will always be the song of the people.
In the XXth century, Amalia Rodrigues, for many the voice of Portugal, has made known to the world this striking musical genre. At the end of that century, the group Madredeus and Fado singer Mariza took Fado music to even larger audiences. New stars are born singing over the River Tagus.
Personally, Fado is increasingly one of my main musical influences. I have been investigating its roots as a performer of early music, but I recommend the reader to search for other sources of information as well.
(Português)
Ainda atordoado de ter assistido ontem às divinais duas horas e treze minutos do Concerto “Dinastia Borgia: Iglesia y poder en El Renascimiento” dos agrupamentos dirigidos por Jordi Savall, “Hespèrion XXI” e La “Capella Reial de Catalunya”, numa das últimas apresentações da principal musa da música antiga mundial, Montserrat Figueras, recebi a notícia da UNESCO ter nomeado o Fado (gênero musical português) como patrimônio imaterial da Humanidade.
O fado é um símbolo de Portugal , uma forma de música extremamente emocional e que captura a alma portuguesa. Sentimentos profundos, decepções amorosas, a tristeza e saudade por alguém que foi embora, acontecimentos cotidianos, os altos e baixos da vida, o eclipse do Império ultramarino – são os temas mais tradicionais do Fado de Lisboa. Existem ainda o Fado de Coimbra e o Fado ribatejano.
O fado não é estanque. Sofreu mutações até chegar ao seu estado mais reconhecível, mas ainda continua permeável a novas influências. O tipo de música que o originou, despontou provavelmente na mesma altura em que Zyriâb fundava o primeiro conservatório musical da Europa em Córdoba, no Século IX. (http://lutetheinstrument.blogspot.com/2010/01/ziryab-key-figure-in-history-of-lute.html)
Em Lisboa, a futura capital de Portugal, a própria música sempre teve caracteristicas próprias, a que um autor uma vez chamou de “Oceânico”, por oposição aos centros de música então famosos como a Síria e Baghdad. Lisboa foi conquistada pelos cristãos em 1147 e a música já existente foi naturalmente absorvida e mantêve-se pouco alterada até meados do século XV. Os instrumentos perderam então algumas das suas caracteristicas mouriscas e a percussão desapareceu desta forma musical. Passaram a ser usados instrumentos da moda, como a vihuela e a cítara, para atender a crescente complexidade dos géneros polifónicos que vinham principalmente da França. No século XVII entra a guitarra barroca, tão popular que os viajantes falavam que até crianças a tocavam nas ruas.
Ao mesmo tempo que os instrumentos sofriam modificações, o futuro Fado ganha as suas caracteristicas particulares através do intenso tráfego de marinheiros, viajantes e aventureiros portugueses nas docas e tabernas de Lisboa, vindos de e indo para diferentes cantos do Império e do Mundo. Vai-se criando um género músical que teimava em usar a cítara, que estava em desuso na Europa, e que usava os temas citados no início do artigo como temas de canto. De 1800 a 1840 o Fado passa a ser o Fado actual. A cítara passa a ser a guitarra portuguesa, e a velha guitarra barroca já era posta de lado pela guitarra clássica (violão). Era, é, e sempre será a canção do povo.
No século XX, Amália Rodrigues, para muitos a voz de Portugal, deu a conhecer ao mundo este impactante género musical. No final do mesmo século, o grupo Madredeus e a fadista Mariza levaram o fado a audiências ainda maiores. Novas estrelas nascem cantando sobre o Rio Tejo.
Pessoalmente, o Fado é cada vez mais uma das minhas principais influências musicais, tenho vindo a investigar as suas raízes como intérprete de música antiga, mas recomendo ao leitor a procura de outras fontes de informação também.
Fado (English: "Fate") is a symbol of Portugal, a highly emotional form of music that captures the portuguese soul. Deep feelings, heart breakings, sadness and longing for someone who's gone, everyday events, the ups and downs of life, the eclipse of the overseas empire - are the more traditional themes of Fado in Lisbon. There's also the Fado of Coimbra and of Ribatejo.
The Fado is not sealed. It has mutated until it reached its most recognizable form, but is still susceptible to new influences. The type of music that originated it, probably emerged at the same time that Zyriâb founded the first music conservatory in Europe at Cordoba in the IXth century. (Http://lutetheinstrument.blogspot.com/2010/01/ziryab-key-figure-in-history-of-lute.html)
In Lisbon, the future capital of Portugal, music itself has always had its own characteristics, which an author once called "oceanic" as opposed to the then famous music centers such as Syria and Baghdad. Lisbon was conquered by the Christians in 1147 and the existing music was naturally absorbed and remained little changed until the middle of the XVth century. The instruments then lost some of its Moorish features and the percussion disappeared from this musical form. Other instruments started to be used, like the vihuela and zither, to meet the increasing complexity of polyphonic genres that were coming mainly from France. In the seventeenth century baroque guitar comes in, so popular it was that travelers used to say that even children played it in the streets.
At the same time that instruments were changing, the future Fado gained its particular characteristics through the intense traffic of portuguese sailors, travelers and adventurers through the docks and taverns of Lisbon, coming from and going to different corners of the Empire and the World. A musical genre is born, which persisted in using the zither, which was out of use in Europe, and that used the themes mentioned at the start of this article. From 1800 to 1840 Fado becomes the present Fado. The zither is renamed as the Portuguese guitar, the old baroque guitar is replaced by the classical guitar. It was, it is and it will always be the song of the people.
In the XXth century, Amalia Rodrigues, for many the voice of Portugal, has made known to the world this striking musical genre. At the end of that century, the group Madredeus and Fado singer Mariza took Fado music to even larger audiences. New stars are born singing over the River Tagus.
Personally, Fado is increasingly one of my main musical influences. I have been investigating its roots as a performer of early music, but I recommend the reader to search for other sources of information as well.
(Português)
Ainda atordoado de ter assistido ontem às divinais duas horas e treze minutos do Concerto “Dinastia Borgia: Iglesia y poder en El Renascimiento” dos agrupamentos dirigidos por Jordi Savall, “Hespèrion XXI” e La “Capella Reial de Catalunya”, numa das últimas apresentações da principal musa da música antiga mundial, Montserrat Figueras, recebi a notícia da UNESCO ter nomeado o Fado (gênero musical português) como patrimônio imaterial da Humanidade.
O fado é um símbolo de Portugal , uma forma de música extremamente emocional e que captura a alma portuguesa. Sentimentos profundos, decepções amorosas, a tristeza e saudade por alguém que foi embora, acontecimentos cotidianos, os altos e baixos da vida, o eclipse do Império ultramarino – são os temas mais tradicionais do Fado de Lisboa. Existem ainda o Fado de Coimbra e o Fado ribatejano.
O fado não é estanque. Sofreu mutações até chegar ao seu estado mais reconhecível, mas ainda continua permeável a novas influências. O tipo de música que o originou, despontou provavelmente na mesma altura em que Zyriâb fundava o primeiro conservatório musical da Europa em Córdoba, no Século IX. (http://lutetheinstrument.blogspot.com/2010/01/ziryab-key-figure-in-history-of-lute.html)
Em Lisboa, a futura capital de Portugal, a própria música sempre teve caracteristicas próprias, a que um autor uma vez chamou de “Oceânico”, por oposição aos centros de música então famosos como a Síria e Baghdad. Lisboa foi conquistada pelos cristãos em 1147 e a música já existente foi naturalmente absorvida e mantêve-se pouco alterada até meados do século XV. Os instrumentos perderam então algumas das suas caracteristicas mouriscas e a percussão desapareceu desta forma musical. Passaram a ser usados instrumentos da moda, como a vihuela e a cítara, para atender a crescente complexidade dos géneros polifónicos que vinham principalmente da França. No século XVII entra a guitarra barroca, tão popular que os viajantes falavam que até crianças a tocavam nas ruas.
Ao mesmo tempo que os instrumentos sofriam modificações, o futuro Fado ganha as suas caracteristicas particulares através do intenso tráfego de marinheiros, viajantes e aventureiros portugueses nas docas e tabernas de Lisboa, vindos de e indo para diferentes cantos do Império e do Mundo. Vai-se criando um género músical que teimava em usar a cítara, que estava em desuso na Europa, e que usava os temas citados no início do artigo como temas de canto. De 1800 a 1840 o Fado passa a ser o Fado actual. A cítara passa a ser a guitarra portuguesa, e a velha guitarra barroca já era posta de lado pela guitarra clássica (violão). Era, é, e sempre será a canção do povo.
No século XX, Amália Rodrigues, para muitos a voz de Portugal, deu a conhecer ao mundo este impactante género musical. No final do mesmo século, o grupo Madredeus e a fadista Mariza levaram o fado a audiências ainda maiores. Novas estrelas nascem cantando sobre o Rio Tejo.
Pessoalmente, o Fado é cada vez mais uma das minhas principais influências musicais, tenho vindo a investigar as suas raízes como intérprete de música antiga, mas recomendo ao leitor a procura de outras fontes de informação também.
Wednesday, November 23, 2011
Montserrat Figueras (1942-2011)
Sadly, the spanish soprano Montserrat Figueras passed away today. Figueras was born in Barcelona, Catalonia, and began studying early singing techniques in 1966 and has developed an approach and technique for singing early music which combines historical fidelity with vitality.
In 1974 she and Jordi Savall, her husband since 1968, Lorenzo Alpert and Hopkinson Smith formed Hespèrion XX, an early music ensemble. Figueras and her husband are today members of the new version of that ensemble, Hespèrion XXI. They have also founded the groups La Capella Reial de Catalunya and Le Concert des Nations.
REQUIESCAT IN PACE
(short biography from Wikipedia)
(Português)
Infelizmente, a soprano espanhola Montserrat Figueras faleceu hoje. Figueras nasceu em Barcelona, na Catalunha, e começou a estudar técnicas de canto antigo em 1966. Desenvolveu uma interpretação e técnica para o canto antigo que combina a fidelidade histórica com vitalidade.
Em 1974, juntamente com Jordi Savall, seu marido desde 1968, Lorenzo Alpert e Hopkinson Smith, formaram o Hespèrion XX, um ensemble de Música Antiga. Figueras e o seu marido têm sido até hoje membros da nova versão desse ensemble, o Hespèrion XXI. Também fundaram os grupos "La Capella Reial de Catalunya" e "Le Concert des Nations".
REQUIESCAT IN PACE
In 1974 she and Jordi Savall, her husband since 1968, Lorenzo Alpert and Hopkinson Smith formed Hespèrion XX, an early music ensemble. Figueras and her husband are today members of the new version of that ensemble, Hespèrion XXI. They have also founded the groups La Capella Reial de Catalunya and Le Concert des Nations.
REQUIESCAT IN PACE
(short biography from Wikipedia)
(Português)
Infelizmente, a soprano espanhola Montserrat Figueras faleceu hoje. Figueras nasceu em Barcelona, na Catalunha, e começou a estudar técnicas de canto antigo em 1966. Desenvolveu uma interpretação e técnica para o canto antigo que combina a fidelidade histórica com vitalidade.
Em 1974, juntamente com Jordi Savall, seu marido desde 1968, Lorenzo Alpert e Hopkinson Smith, formaram o Hespèrion XX, um ensemble de Música Antiga. Figueras e o seu marido têm sido até hoje membros da nova versão desse ensemble, o Hespèrion XXI. Também fundaram os grupos "La Capella Reial de Catalunya" e "Le Concert des Nations".
REQUIESCAT IN PACE
Wednesday, November 16, 2011
Out now! Bernhard Hofstötter's new CD - Dresden-Moskau | Já saíu! O novo CD de Bernhard Hofstötter - Dresden Moskau
Another CD not to be missed, with music of possibly the best lutenist ever and played by one of the best masters of the instrument today. Without extending on the criticism, which really is not my area, I would like to congratulate the artist, which in addition to his personal sympathy, recorded a quality CD that I would consider ideal for those who want to enter the world of Early Music.
Samples available at:
http://shop.vkjk.de/1000_or684951028_de_601505098_dresden-moskau_detail.html
http://www.amazon.de/Dresden-Moskau-Werke-Laute-Bernhard-Hofst%C3%B6tter/dp/B0060QO536/ref=sr_1_1?s=music&ie=UTF8&qid=1320962878&sr=1-1
(Português)
Mais um CD a não perder, com música do possivelmente melhor alaúdista de todos os tempos tocada por um dos melhores mestres do instrumento na atualidade. Sem me alongar na crítica, que realmente não é a minha área, gostaria de dar os parabéns ao artista, que para além da sua simpatia pessoal, gravou um CD de qualidade que eu consideraria ideal para quem quer começar a entrar no mundo da Música Antiga.
Excertos disponíveis em:
http://shop.vkjk.de/1000_or684951028_de_601505098_dresden-moskau_detail.html
http://www.amazon.de/Dresden-Moskau-Werke-Laute-Bernhard-Hofst%C3%B6tter/dp/B0060QO536/ref=sr_1_1?s=music&ie=UTF8&qid=1320962878&sr=1-1
Samples available at:
http://shop.vkjk.de/1000_or684951028_de_601505098_dresden-moskau_detail.html
http://www.amazon.de/Dresden-Moskau-Werke-Laute-Bernhard-Hofst%C3%B6tter/dp/B0060QO536/ref=sr_1_1?s=music&ie=UTF8&qid=1320962878&sr=1-1
(Português)
Mais um CD a não perder, com música do possivelmente melhor alaúdista de todos os tempos tocada por um dos melhores mestres do instrumento na atualidade. Sem me alongar na crítica, que realmente não é a minha área, gostaria de dar os parabéns ao artista, que para além da sua simpatia pessoal, gravou um CD de qualidade que eu consideraria ideal para quem quer começar a entrar no mundo da Música Antiga.
Excertos disponíveis em:
http://shop.vkjk.de/1000_or684951028_de_601505098_dresden-moskau_detail.html
http://www.amazon.de/Dresden-Moskau-Werke-Laute-Bernhard-Hofst%C3%B6tter/dp/B0060QO536/ref=sr_1_1?s=music&ie=UTF8&qid=1320962878&sr=1-1
Tuesday, August 9, 2011
Venturing into Historical Research | Aventurando pela pesquisa histórica
An opportunity arose to do something interesting that I did not imagine for some time: historical research. The idea came almost simultaneously between me and my teacher, but in different and complementary ways.
Since the beginning of my course I had the idea of playing a Carlos Seixas sonata for harpsichord with an archlute, closing a technical level graduation recital with a tribute and reference to my native country. At the beginning of the course I had the delightful experience of being able to play "Cancioneiro Musical de Belém" - A manuscript of the late sixteenth century/Early seventeeth Century – in a small group. My teacher got a copy of this work, directed by Manuel Morais.
A year ago, I also got a divine CD of Frei Manuel Cardoso, by "The Tallis Scholars," and the last Pedro Caldeira Cabral CD, with some adaptations for plucked strings instrument of Portuguese Renaissance composers.
However, by having access to the library of the School of Music of Brasilia-EMB, I found a good deal of information about ancient Portuguese music, and historical details that connect some of the most famous Spanish musicians in Portugal. In fact, I begin to believe that much of the portuguese Early Music may have survived the catastrophic earthquake of 1755, contrary to traditional belief, and that I may contribute to complement the work of artists such as "The Tallis Scholars," Pedro Caldeira Cabral and Manuel Morais, in my humble scale: for now, the preparation of a small Portuguese music recital that has not yet been recorded.
(Português)
Surgiu uma oportunidade interessante de fazer algo que não me imaginava há algum tempo: Pesquisa histórica. A idéia surgiu praticamente em simultâneo entre mim e o meu professor, mas de maneiras diferentes e complementares.
Desde o início do meu curso que tinha a idéia de tocar uma sonata para cravo de Carlos Seixas num arquialaúde, fechando um recital de formatura no nível Técnico com uma homenagem e referência ao meu país natal. No começo do curso tive a experiência deliciosa de poder tocar o “cancioneiro musical de Belém” – um manuscrito do final do Século XVI/Início do Século XVII - num pequeno grupo. O meu professor conseguiu uma cópia dessa obra, dirigida por Manuel Morais.
Há um ano adquiri também um CD divinal de Frei Manuel Cardoso, pelos “The Tallis Scholars”, e o último CD de Pedro Caldeira Cabral, com algumas adaptações para instrumento de cordas de outros compositores renascentistas portugueses.
Porém, ao ter acesso à biblioteca da Escola de Música de Brasília-EMB, encontrei uma boa quantidade de informação sobre música antiga portuguesa, e detalhes históricos que ligam alguns dos mais famosos músicos espanhóis a Portugal. De facto, começo a acreditar que boa parte da Música Antiga portuguesa poderá ter sobrevivido ao catastrófico terramoto de 1755, ao contrário do que tradicionalmente se acredita, e que poderei contribuir para complementar o trabalho de artistas como os “The Tallis Scholars”, Pedro Caldeira Cabral ou Manuel Morais, à minha humilde escala: para já, a preparação de um pequeno recital de música portuguesa que ainda não tenha sido gravada.
Since the beginning of my course I had the idea of playing a Carlos Seixas sonata for harpsichord with an archlute, closing a technical level graduation recital with a tribute and reference to my native country. At the beginning of the course I had the delightful experience of being able to play "Cancioneiro Musical de Belém" - A manuscript of the late sixteenth century/Early seventeeth Century – in a small group. My teacher got a copy of this work, directed by Manuel Morais.
A year ago, I also got a divine CD of Frei Manuel Cardoso, by "The Tallis Scholars," and the last Pedro Caldeira Cabral CD, with some adaptations for plucked strings instrument of Portuguese Renaissance composers.
However, by having access to the library of the School of Music of Brasilia-EMB, I found a good deal of information about ancient Portuguese music, and historical details that connect some of the most famous Spanish musicians in Portugal. In fact, I begin to believe that much of the portuguese Early Music may have survived the catastrophic earthquake of 1755, contrary to traditional belief, and that I may contribute to complement the work of artists such as "The Tallis Scholars," Pedro Caldeira Cabral and Manuel Morais, in my humble scale: for now, the preparation of a small Portuguese music recital that has not yet been recorded.
(Português)
Surgiu uma oportunidade interessante de fazer algo que não me imaginava há algum tempo: Pesquisa histórica. A idéia surgiu praticamente em simultâneo entre mim e o meu professor, mas de maneiras diferentes e complementares.
Desde o início do meu curso que tinha a idéia de tocar uma sonata para cravo de Carlos Seixas num arquialaúde, fechando um recital de formatura no nível Técnico com uma homenagem e referência ao meu país natal. No começo do curso tive a experiência deliciosa de poder tocar o “cancioneiro musical de Belém” – um manuscrito do final do Século XVI/Início do Século XVII - num pequeno grupo. O meu professor conseguiu uma cópia dessa obra, dirigida por Manuel Morais.
Há um ano adquiri também um CD divinal de Frei Manuel Cardoso, pelos “The Tallis Scholars”, e o último CD de Pedro Caldeira Cabral, com algumas adaptações para instrumento de cordas de outros compositores renascentistas portugueses.
Porém, ao ter acesso à biblioteca da Escola de Música de Brasília-EMB, encontrei uma boa quantidade de informação sobre música antiga portuguesa, e detalhes históricos que ligam alguns dos mais famosos músicos espanhóis a Portugal. De facto, começo a acreditar que boa parte da Música Antiga portuguesa poderá ter sobrevivido ao catastrófico terramoto de 1755, ao contrário do que tradicionalmente se acredita, e que poderei contribuir para complementar o trabalho de artistas como os “The Tallis Scholars”, Pedro Caldeira Cabral ou Manuel Morais, à minha humilde escala: para já, a preparação de um pequeno recital de música portuguesa que ainda não tenha sido gravada.
vihuela and counterpoint semester | Semestre de vihuela e contraponto
A new semester started, the first one in the technical lute course. The main news is the counterpoint classes. Increasingly, and surely in the next two semesters, the Spanish Renaissance will be central to my study, with the famous songs "Guardame las vacas" by Narváez and "Condes Claros" by Mudarra as the main objects of study.
In the chamber music classes, we’ve started preparing a lute duo project to present at Federal District schools in the future. All duos will be from the Renaissance, including from English, Italian and spanish.
In October, my new Vihuela will arrive, inspired by Luys Milán’s “El Maestro” book cover picture, 1536.
(Português)
Começou um novo semestre, o primeiro no curso técnico de alaúde. A principal novidade são as aulas de contraponto. Cada vez mais, e com certeza durante os dois próximos semestres, o renascimento espanhol será central no meu estudo, com as famosas músicas “Guardame las vacas” de Narváez e “Condes Claros” de Mudarra como principais objetos de estudo.
Nas aulas de Música de Câmara, iniciamos a preparação de um projeto de duo de alaúdes para apresentar futuramente em Escolas do Distrito Federal. Todos os duos serão renascentistas, compreendendo desde a Inglaterra, á Itália e Espanha.
Em outubro, chegará a minha nova Vihuela, inspirada pela gravura de capa do livro “El Maestro” de Luys de Milán de 1536.
In the chamber music classes, we’ve started preparing a lute duo project to present at Federal District schools in the future. All duos will be from the Renaissance, including from English, Italian and spanish.
In October, my new Vihuela will arrive, inspired by Luys Milán’s “El Maestro” book cover picture, 1536.
(Português)
Começou um novo semestre, o primeiro no curso técnico de alaúde. A principal novidade são as aulas de contraponto. Cada vez mais, e com certeza durante os dois próximos semestres, o renascimento espanhol será central no meu estudo, com as famosas músicas “Guardame las vacas” de Narváez e “Condes Claros” de Mudarra como principais objetos de estudo.
Nas aulas de Música de Câmara, iniciamos a preparação de um projeto de duo de alaúdes para apresentar futuramente em Escolas do Distrito Federal. Todos os duos serão renascentistas, compreendendo desde a Inglaterra, á Itália e Espanha.
Em outubro, chegará a minha nova Vihuela, inspirada pela gravura de capa do livro “El Maestro” de Luys de Milán de 1536.
Wednesday, July 20, 2011
Brief interview with Rómulo Vega-González | Breve entrevista com Rómulo Vega-González
In the world of Early Music and the lute in particular it’s very common for musicians from different parts of the world to know each other or sharing musical experiences at some point in their careers. Recently, I met Rómulo Vega-González, director, lutenist, vihuelist and tenor of the Costa Rican renaissance group "Garcimuñoz", a musician that had already drawn my attention through some well-produced videos posted on YouTube.
"Garcimuñoz" is a vocal and instrumental group made up of mostly musicians who have dedicated themselves to the interpretation of Renaissance music for three decades. In 1991, they named the group "Garcimuñoz", in memory of the first Spanish city founded in the Central Valley of Costa Rica, in 1561.
When the opportunity arose to exchange some ideas with Rómulo (RVG), I did not hesitate.
Lute-the instrument - How did you have the idea for the group?
RVG - I created Ensemble Garcimuñoz twenty years ago or so after having been a member of the first Costa Rican early music ensemble, Collegium Musicum, between 1980-1990. I first got together some friends of mine who already had participated in choirs. I decided to name the ensemble "Garçimuñoz", in honor of the first Spanish city founded in Costa Rica - Castillo de Garçimuñoz.
Lute-the instrument – In which places you already played?
RVG - We've played in different concert halls and theaters in Costa Rica, Mexico as a group, but most of the members have participated as singers and soloists in different concert halls in the United States and Europe.
Lute-the instrument - In your experience, how is people’s receptivity to this type of music?
RVG - In general terms, people always get a nice impression of the music and the instruments. Some even get hooked on it and become followers of this type of music. Some even learn to play an instrument. One of my fellow harpsichordists fell in love with early music the first time he went to a harpsichord concert. The same happened to an organist I know.
Lute-the instrument - Based on the reality of Costa Rica, do you believe there’s market in Latin America for musicians, teachers, and obviously, consumers of lute and vihuela music?
RVG - In Costa Rica, I'd say that the teaching and performance market is modest, but I am sure it'll grow in the future. However, I dare say that the consumers of lute and vihuela music is larger. What is important is to send the new generations to study in renowned schools abroad.
Lute-the instrument – Do you have plans and any institutional support to record a CD?
RVG - We're planning to record a CD next year as a cultural project, and we're recording music for a Liechtenstein-sponsored radio station, ICER, that is being broadcast in local radio stations both in large cities and in smaller local radio stations of the country-side for people who do not have the opportunity to visit the important concert halls.
Thanks for the opportunity of sharing our work in this blog.
Lute-the instrument - Mr. González, thank you for your availability. Best wishes of success for you and Garçimuñoz, until a next opportunity.
www.garcimunoz.com
http://garcimunoz.blogspot.com/
www.youtube.com/user/romuloVG
"Non peccando altri chel core" (Bartolomeo Tromboncino-1509) by Rómulo Vega-González
(Português)
No mundo da música antiga e do alaúde em particular, é muito comum os músicos de diferentes partes do mundo se conhecerem ou terem partilhado experiências musicais em algum momento das suas carreiras. Recentemente, travei conhecimento com Rómulo Vega-González, diretor, alaúdista, vihuelista e tenor do grupo renascentista costariquenho “Garçimuñoz”, músico que já me tinha chamado a atenção através de alguns vídeos bem produzidos postados no youtube.
Garçimuñoz é um grupo vocal e instrumental constituído por músicos que na sua maioria se dedicaram à interpretação da música do renascimento por três décadas. Em 1991, chamou-se “Garçimuñoz” ao grupo em memória à primeira cidade espanhola fundada no Vale Central da Costa Rica, em 1561.
Quando surgiu a oportunidade de trocar algumas idéias com Rómulo (RVG), não hesitei.
Lute-the instrument – Como surgiu a idéia de fazer o grupo?
RVG – Eu criei o ensemble “Garcimuñoz” vinte anos atrás após eu ter sido membro do primeiro grupo de música antiga da Costa Rica, “Collegium Musicum”, entre 1980 e 1990. Inicialmente me juntei com alguns amigos que já tinham participado em coros. Decidi chamar ao ensemble de “Garçimuñoz” em honra à primeira cidade espanhola fundada na Costa Rica – Castillo de Garçimuñoz.
Lute-the instrument – Quais os lugares onde já se apresentaram?
RVG – Já nos apresentamos em várias salas de concerto e teatros na Costa Rica e no México, mas a maioria dos membros já participou como cantores e solistas em várias salas nos Estados Unidos e Europa.
Lute-the instrument - Na sua experiência, qual tem sido a receptividade das pessoas a este tipo de música?
RVG – Em termos gerais, as pessoas sempre têm uma boa impressão da música e dos instrumentos. Alguns até ficam cativados e se tornam seguidores deste tipo de música. Outros aprendem a tocar um instrumento. Um dos meus companheiros cravistas se apaixonou pela música antiga na primeira vez que foi num concerto de cravo. O mesmo aconteceu a um organista que conheço.
Lute-the instrument - Partindo da realidade da Costa Rica, o Sr. acredita que existe mercado na América Latina para músicos, professores e obviamente consumidores de música de alaúde e vihuela?
RVG - Na Costa Rica, eu diria que o mercado de músicos e ensino é modesto, mas tenho a certeza que vai crescer no futuro. No entanto, me atrevo a dizer que os consumidores de música de alaúde e vihuela é maior. O que é importante é enviar a nova geração de músicos para estudar em escolas renomadas do exterior.
Lute-the instrument – Têm planos ou apoios institucionais para gravar algum CD?
RVG – Estamos planejando gravar um CD no próximo ano, 2012, como projeto cultural. Estamos, ainda, gravando música para uma estação de rádio patrocinada pelo Liechtenstein, ICER, que tem estado no ar em estações locais tanto em cidades grandes quanto no interior. Essa iniciativa dá a oportunidade as pessoas, que não tem a possibilidade de visitar as salas de concertos, de conhecer melhor a música antiga.
Obrigado pela oportunidade de partilhar o nosso trabalho com este blog.
Lute-the instrument - Sr. Vega-González, muito obrigado pela sua disponibilidade. Votos de sucesso para si e para o Garçimuñoz, e até uma próxima oportunidade.
www.garcimunoz.com
http://garcimunoz.blogspot.com/
www.youtube.com/user/romuloVG
"Garcimuñoz" is a vocal and instrumental group made up of mostly musicians who have dedicated themselves to the interpretation of Renaissance music for three decades. In 1991, they named the group "Garcimuñoz", in memory of the first Spanish city founded in the Central Valley of Costa Rica, in 1561.
When the opportunity arose to exchange some ideas with Rómulo (RVG), I did not hesitate.
Lute-the instrument - How did you have the idea for the group?
RVG - I created Ensemble Garcimuñoz twenty years ago or so after having been a member of the first Costa Rican early music ensemble, Collegium Musicum, between 1980-1990. I first got together some friends of mine who already had participated in choirs. I decided to name the ensemble "Garçimuñoz", in honor of the first Spanish city founded in Costa Rica - Castillo de Garçimuñoz.
Lute-the instrument – In which places you already played?
RVG - We've played in different concert halls and theaters in Costa Rica, Mexico as a group, but most of the members have participated as singers and soloists in different concert halls in the United States and Europe.
Lute-the instrument - In your experience, how is people’s receptivity to this type of music?
RVG - In general terms, people always get a nice impression of the music and the instruments. Some even get hooked on it and become followers of this type of music. Some even learn to play an instrument. One of my fellow harpsichordists fell in love with early music the first time he went to a harpsichord concert. The same happened to an organist I know.
Lute-the instrument - Based on the reality of Costa Rica, do you believe there’s market in Latin America for musicians, teachers, and obviously, consumers of lute and vihuela music?
RVG - In Costa Rica, I'd say that the teaching and performance market is modest, but I am sure it'll grow in the future. However, I dare say that the consumers of lute and vihuela music is larger. What is important is to send the new generations to study in renowned schools abroad.
Lute-the instrument – Do you have plans and any institutional support to record a CD?
RVG - We're planning to record a CD next year as a cultural project, and we're recording music for a Liechtenstein-sponsored radio station, ICER, that is being broadcast in local radio stations both in large cities and in smaller local radio stations of the country-side for people who do not have the opportunity to visit the important concert halls.
Thanks for the opportunity of sharing our work in this blog.
Lute-the instrument - Mr. González, thank you for your availability. Best wishes of success for you and Garçimuñoz, until a next opportunity.
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http://garcimunoz.blogspot.com/
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"Non peccando altri chel core" (Bartolomeo Tromboncino-1509) by Rómulo Vega-González
(Português)
No mundo da música antiga e do alaúde em particular, é muito comum os músicos de diferentes partes do mundo se conhecerem ou terem partilhado experiências musicais em algum momento das suas carreiras. Recentemente, travei conhecimento com Rómulo Vega-González, diretor, alaúdista, vihuelista e tenor do grupo renascentista costariquenho “Garçimuñoz”, músico que já me tinha chamado a atenção através de alguns vídeos bem produzidos postados no youtube.
Garçimuñoz é um grupo vocal e instrumental constituído por músicos que na sua maioria se dedicaram à interpretação da música do renascimento por três décadas. Em 1991, chamou-se “Garçimuñoz” ao grupo em memória à primeira cidade espanhola fundada no Vale Central da Costa Rica, em 1561.
Quando surgiu a oportunidade de trocar algumas idéias com Rómulo (RVG), não hesitei.
Lute-the instrument – Como surgiu a idéia de fazer o grupo?
RVG – Eu criei o ensemble “Garcimuñoz” vinte anos atrás após eu ter sido membro do primeiro grupo de música antiga da Costa Rica, “Collegium Musicum”, entre 1980 e 1990. Inicialmente me juntei com alguns amigos que já tinham participado em coros. Decidi chamar ao ensemble de “Garçimuñoz” em honra à primeira cidade espanhola fundada na Costa Rica – Castillo de Garçimuñoz.
Lute-the instrument – Quais os lugares onde já se apresentaram?
RVG – Já nos apresentamos em várias salas de concerto e teatros na Costa Rica e no México, mas a maioria dos membros já participou como cantores e solistas em várias salas nos Estados Unidos e Europa.
Lute-the instrument - Na sua experiência, qual tem sido a receptividade das pessoas a este tipo de música?
RVG – Em termos gerais, as pessoas sempre têm uma boa impressão da música e dos instrumentos. Alguns até ficam cativados e se tornam seguidores deste tipo de música. Outros aprendem a tocar um instrumento. Um dos meus companheiros cravistas se apaixonou pela música antiga na primeira vez que foi num concerto de cravo. O mesmo aconteceu a um organista que conheço.
Lute-the instrument - Partindo da realidade da Costa Rica, o Sr. acredita que existe mercado na América Latina para músicos, professores e obviamente consumidores de música de alaúde e vihuela?
RVG - Na Costa Rica, eu diria que o mercado de músicos e ensino é modesto, mas tenho a certeza que vai crescer no futuro. No entanto, me atrevo a dizer que os consumidores de música de alaúde e vihuela é maior. O que é importante é enviar a nova geração de músicos para estudar em escolas renomadas do exterior.
Lute-the instrument – Têm planos ou apoios institucionais para gravar algum CD?
RVG – Estamos planejando gravar um CD no próximo ano, 2012, como projeto cultural. Estamos, ainda, gravando música para uma estação de rádio patrocinada pelo Liechtenstein, ICER, que tem estado no ar em estações locais tanto em cidades grandes quanto no interior. Essa iniciativa dá a oportunidade as pessoas, que não tem a possibilidade de visitar as salas de concertos, de conhecer melhor a música antiga.
Obrigado pela oportunidade de partilhar o nosso trabalho com este blog.
Lute-the instrument - Sr. Vega-González, muito obrigado pela sua disponibilidade. Votos de sucesso para si e para o Garçimuñoz, e até uma próxima oportunidade.
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Rómulo Vega-González
Sunday, July 10, 2011
Personal Renaissance lute method ready | Método pessoal de alaúde renascentista pronto
About a month after my basic level (4 years) graduation recital, I also finished the admission tests to the technical level, the second half of the long lute course. From here things will be even more interesting.
For the past year I have been preparing an extra final course work, a personal Renaissance lute method, the result of four years of study, research of repertoire, valuable instructions from teacher Dell'Isola, exercises and technique, maintenance of the instrument, how to change frets and strings and more than 30 musical pieces of increasing difficulty.
This work corresponds to my personal path in this instrument and can be easily adapted to future students, if in the future the option of becoming a teacher opens to me.
The first version of my personal Renaissance lute method will be printed this week. It will be a work to improve over time. I'll write soon about the details.
(Português)
Cerca de um mês depois do meu recital de formatura no nível básico de alaúde (4 anos), terminei também as provas de acesso ao nível técnico, a segunda metade do longo curso de alaúde. A partir daqui as coisas serão ainda mais interessantes.
Desde há um ano tenho vindo a preparar um trabalho extra de final de curso, um método pessoal ou apostila de alaúde renascentista, resultado de 4 anos de estudos, de pesquisa de repertório, de instruções valiosas do prof. Dell’Isola, exercícios e técnica, manutenção do instrumento, encordoamento e mais de 30 músicas de nível crescente.
Este trabalho corresponde ao meu trajeto pessoal neste instrumento e poderá ser fácilmente adaptado para futuros alunos, caso no futuro se abram opções de ser professor.
A versão 1 desse meu método pessoal ou apostila de alaúde renascentista, será impressa durante esta semana. Será um trabalho aprimorado ao longo do tempo. Escreverei em breve sobre os detalhes.
For the past year I have been preparing an extra final course work, a personal Renaissance lute method, the result of four years of study, research of repertoire, valuable instructions from teacher Dell'Isola, exercises and technique, maintenance of the instrument, how to change frets and strings and more than 30 musical pieces of increasing difficulty.
This work corresponds to my personal path in this instrument and can be easily adapted to future students, if in the future the option of becoming a teacher opens to me.
The first version of my personal Renaissance lute method will be printed this week. It will be a work to improve over time. I'll write soon about the details.
(Português)
Cerca de um mês depois do meu recital de formatura no nível básico de alaúde (4 anos), terminei também as provas de acesso ao nível técnico, a segunda metade do longo curso de alaúde. A partir daqui as coisas serão ainda mais interessantes.
Desde há um ano tenho vindo a preparar um trabalho extra de final de curso, um método pessoal ou apostila de alaúde renascentista, resultado de 4 anos de estudos, de pesquisa de repertório, de instruções valiosas do prof. Dell’Isola, exercícios e técnica, manutenção do instrumento, encordoamento e mais de 30 músicas de nível crescente.
Este trabalho corresponde ao meu trajeto pessoal neste instrumento e poderá ser fácilmente adaptado para futuros alunos, caso no futuro se abram opções de ser professor.
A versão 1 desse meu método pessoal ou apostila de alaúde renascentista, será impressa durante esta semana. Será um trabalho aprimorado ao longo do tempo. Escreverei em breve sobre os detalhes.
Thursday, June 16, 2011
Graduation Recital: Programme and details | Recital de Formatura: Programa e detalhes
Last June 10th, me and my colleague Tiago completed the Basic Lute Course at the Brasília School of Music - EMB, with a duration of 4 years.
This milestone in our lives was celebrated with a recital in the main theater of the EMB - Levino de Alcântara theatre. Due to our musical partnership of nearly three years we decided to do a recital together, enhanced by the opportunity that arose early in the semester to play two trios for lute and violin by Vivaldi with other musicians and our teacher, Fernando Dell'Isola.
As the lute is an instrument of limited sound capacity, we decided to put a few dozen chairs on stage, so that spectators and guests could be closer to us.
We started the concert with four renaissance lute duos. During the third, I felt the nervousness come over me and my right hand as had happened with the theorbo last year, but it lasted a very short time because I was "stubborn", and still from the same song I calmed myself, diving into the emotionality of the music until I reached my solos. Gradually my confidence increased, until I reached the Vivaldi trios, where overconfidence and the atmosphere of “party end” made my concentration break a few moments, but without having reflected on the music and sound quality.
In the end it was wonderful to receive the congratulations of those who attended and could socialize with colleagues and friends. We ended the day with a dinner party where we finally realize that a new door opened to us with possible new musical opportunities, and perhaps, the professionalism in some years.
RECITAL PROGRAMME
Lute Duos - Luís Maciel Tiago Rolim - Renaissance Lute
John Johnson - Queen's Treble
Thomas Robinson - A Toy
Francesco da Milano - La Spagna
Anonymous - La Rosignoll
Renaissance lute solos - Luís Maciel
Luys de Narvaez - Mille Regretz
Miguel de Fuenllana - Tant que Vivray + glosa sobre la misma cãcion
Attaingnant Pierre - Tant que Vivray
John Dowland - Fortune My Foe
John Dowland - Come Again
John Dowland - Praeludium
Archlute solos - Tiago Rolim
Pietro Paolo Melli - Volta Francese alla detta la Brava
Pietro Paolo Melli - Capricio detto Il gran Matias
Alessandro Piccinini - Aria di Sarabanda in varie partite
Alessandro Piccinini - Sarabanda alla Francese
Anonymous - Folies d'Espagne (Oxford F.576)
Trios for lute, violin and basso continuo
Antonio Vivaldi - Trio for lute, violin and basso continuo in G minor, RV85
Luís Maciel - lute
Silas Sales - Violin
Prof. Fernando Dell'Isola – Basso Continuo
Antonio Vivaldi - Trio for lute, violin and basso continuo in C major, RV82
Tiago Rolim - lute
Prof. Daniel Marques - Violin
Prof. Fernando Dell'Isola – Basso Continuo
(Português)
No passado dia 10, eu e meu colega Tiago Rolim completamos o curso de alaúde básico na Escola de Música de Brasília, com a duração de 4 anos.
Esse marco nas nossas vidas foi celebrado com um recital no teatro principal da Escola de Música de Brasília – o Teatro Levino de Alcântara. Devido ao nosso convívio de quase três anos decidimos fazer um recital conjunto, reforçado pela oportunidade que surgiu no início do semestre de tocarmos dois trios para alaúde e violino de Vivaldi com outros músicos e o nosso professor, Fernando Dell'Isola.
Como o alaúde é um instrumento de capacidade sonora limitada, decidimos colocar algumas dezenas de cadeiras no palco, para que os espectadores e convidados pudessem estar mais perto de nós.
Começamos o recital com quatro duos de alaúde. Durante o terceiro, senti o nervosismo se apoderar de mim e da minha mão direita, tal como tinha acontecido com a teorba no ano passado, mas durou pouquíssimo tempo, pois fui “teimoso” e logo a partir da mesma música me tranqüilizei, mergulhando na emotividade da música assim que chegaram os meus solos, e aumentando gradualmente a minha confiança, até chegar aos trios de Vivaldi, onde o excesso de confiança e clima de fim de festa me fizeram ter algumas quebras de concentração, mas sem se ter refletido na música e qualidade do som.
No final foi maravilhoso receber os parabéns das pessoas que assistiram e poder confraternizar com os colegas e amigos. Acabamos o dia com um jantar de convívio onde definitivamente percebemos que uma nova porta se abriu para nós com possíveis novas oportunidades musicais e quiçá, a profissionalização em alguns anos.
PROGRAMA DO RECITAL
Duos de alaúde – Luís Maciel, Tiago Rolim – Alaúdes renascentistas
John Johnson - Queen’s Treble
Thomas Robinson – A Toy
Francesco da Milano – La Spagna
Anônimo – La Rosignoll
Solos de alaúde renascentista – Luís Maciel
Luys de Narváez – Mille Regretz
Miguel de Fuenllana – Tant que vivray + Glosa sobre la misma cãcion
Pierre Attaingnant – Tant que Vivray
John Dowland – Fortune my Foe
John Dowland – Come Again
John Dowland – Praeludium
Solos de Arquialaúde – Tiago Rolim
Pietro Paolo Melli – Volta alla Francese detta la Brava
Pietro Paolo Melli – Capricio detto Il gran Matias
Alessandro Piccinini – Aria di Sarabanda in varie partite
Alessandro Piccinini – Sarabanda alla Francese
Anônimo – Folies d’Espagne (Oxford F.576)
Trios para alaúde, violino e baixo contínuo
António Vivaldi – Trio para alaúde, violino e baixo contínuo em Sol menor, RV85
Luís Maciel – alaúde
Silas Sales – Violino
Prof. Fernando Dell’Isola – Baixo contínuo
António Vivaldi - Trio para alaúde, violino e baixo contínuo em Dó Maior, RV82
Tiago Rolim – alaúde
Prof. Daniel Marques – Violino
Prof. Fernando Dell’Isola – Baixo Contínuo
This milestone in our lives was celebrated with a recital in the main theater of the EMB - Levino de Alcântara theatre. Due to our musical partnership of nearly three years we decided to do a recital together, enhanced by the opportunity that arose early in the semester to play two trios for lute and violin by Vivaldi with other musicians and our teacher, Fernando Dell'Isola.
As the lute is an instrument of limited sound capacity, we decided to put a few dozen chairs on stage, so that spectators and guests could be closer to us.
We started the concert with four renaissance lute duos. During the third, I felt the nervousness come over me and my right hand as had happened with the theorbo last year, but it lasted a very short time because I was "stubborn", and still from the same song I calmed myself, diving into the emotionality of the music until I reached my solos. Gradually my confidence increased, until I reached the Vivaldi trios, where overconfidence and the atmosphere of “party end” made my concentration break a few moments, but without having reflected on the music and sound quality.
In the end it was wonderful to receive the congratulations of those who attended and could socialize with colleagues and friends. We ended the day with a dinner party where we finally realize that a new door opened to us with possible new musical opportunities, and perhaps, the professionalism in some years.
RECITAL PROGRAMME
Lute Duos - Luís Maciel Tiago Rolim - Renaissance Lute
John Johnson - Queen's Treble
Thomas Robinson - A Toy
Francesco da Milano - La Spagna
Anonymous - La Rosignoll
Renaissance lute solos - Luís Maciel
Luys de Narvaez - Mille Regretz
Miguel de Fuenllana - Tant que Vivray + glosa sobre la misma cãcion
Attaingnant Pierre - Tant que Vivray
John Dowland - Fortune My Foe
John Dowland - Come Again
John Dowland - Praeludium
Archlute solos - Tiago Rolim
Pietro Paolo Melli - Volta Francese alla detta la Brava
Pietro Paolo Melli - Capricio detto Il gran Matias
Alessandro Piccinini - Aria di Sarabanda in varie partite
Alessandro Piccinini - Sarabanda alla Francese
Anonymous - Folies d'Espagne (Oxford F.576)
Trios for lute, violin and basso continuo
Antonio Vivaldi - Trio for lute, violin and basso continuo in G minor, RV85
Luís Maciel - lute
Silas Sales - Violin
Prof. Fernando Dell'Isola – Basso Continuo
Antonio Vivaldi - Trio for lute, violin and basso continuo in C major, RV82
Tiago Rolim - lute
Prof. Daniel Marques - Violin
Prof. Fernando Dell'Isola – Basso Continuo
(Português)
No passado dia 10, eu e meu colega Tiago Rolim completamos o curso de alaúde básico na Escola de Música de Brasília, com a duração de 4 anos.
Esse marco nas nossas vidas foi celebrado com um recital no teatro principal da Escola de Música de Brasília – o Teatro Levino de Alcântara. Devido ao nosso convívio de quase três anos decidimos fazer um recital conjunto, reforçado pela oportunidade que surgiu no início do semestre de tocarmos dois trios para alaúde e violino de Vivaldi com outros músicos e o nosso professor, Fernando Dell'Isola.
Como o alaúde é um instrumento de capacidade sonora limitada, decidimos colocar algumas dezenas de cadeiras no palco, para que os espectadores e convidados pudessem estar mais perto de nós.
Começamos o recital com quatro duos de alaúde. Durante o terceiro, senti o nervosismo se apoderar de mim e da minha mão direita, tal como tinha acontecido com a teorba no ano passado, mas durou pouquíssimo tempo, pois fui “teimoso” e logo a partir da mesma música me tranqüilizei, mergulhando na emotividade da música assim que chegaram os meus solos, e aumentando gradualmente a minha confiança, até chegar aos trios de Vivaldi, onde o excesso de confiança e clima de fim de festa me fizeram ter algumas quebras de concentração, mas sem se ter refletido na música e qualidade do som.
No final foi maravilhoso receber os parabéns das pessoas que assistiram e poder confraternizar com os colegas e amigos. Acabamos o dia com um jantar de convívio onde definitivamente percebemos que uma nova porta se abriu para nós com possíveis novas oportunidades musicais e quiçá, a profissionalização em alguns anos.
PROGRAMA DO RECITAL
Duos de alaúde – Luís Maciel, Tiago Rolim – Alaúdes renascentistas
John Johnson - Queen’s Treble
Thomas Robinson – A Toy
Francesco da Milano – La Spagna
Anônimo – La Rosignoll
Solos de alaúde renascentista – Luís Maciel
Luys de Narváez – Mille Regretz
Miguel de Fuenllana – Tant que vivray + Glosa sobre la misma cãcion
Pierre Attaingnant – Tant que Vivray
John Dowland – Fortune my Foe
John Dowland – Come Again
John Dowland – Praeludium
Solos de Arquialaúde – Tiago Rolim
Pietro Paolo Melli – Volta alla Francese detta la Brava
Pietro Paolo Melli – Capricio detto Il gran Matias
Alessandro Piccinini – Aria di Sarabanda in varie partite
Alessandro Piccinini – Sarabanda alla Francese
Anônimo – Folies d’Espagne (Oxford F.576)
Trios para alaúde, violino e baixo contínuo
António Vivaldi – Trio para alaúde, violino e baixo contínuo em Sol menor, RV85
Luís Maciel – alaúde
Silas Sales – Violino
Prof. Fernando Dell’Isola – Baixo contínuo
António Vivaldi - Trio para alaúde, violino e baixo contínuo em Dó Maior, RV82
Tiago Rolim – alaúde
Prof. Daniel Marques – Violino
Prof. Fernando Dell’Isola – Baixo Contínuo
Sunday, June 12, 2011
Tuesday, May 17, 2011
Photo session with Kenia Ribeiro | Sessão de fotos com Kenia Ribeiro
A few weeks ago, during a get-together of friends at the house of the photographer Kenia Ribeiro, arose an opportunity to make a a photo session right there in the midst of nature without any preparation or care about image or clothing. In those photos I play the 8-course Renaissance lute Hans Frei and the theorbo.
It was the first time I had the opportunity to be the subject of a photographic work so well done by a professional as talented as Kenia.
I invite you to visit the professional website of Kenia Ribeiro, where beyond the outdoors photo session with me, there are several samples of her amazing work: http://kenia.art.br
(Português)
Há poucas semanas, durante um encontro de amigos em casa da fotógrafa Kenia Ribeiro, surgiu a oportunidade de fazer uma sessão de fotos ali mesmo no meio da natureza sem preparação alguma nem cuidados com imagem ou vestuário. Nelas toco o alaúde renascentista de 8 ordens Hans Frei e a teorba.
Foi a primeira vez que tive oportunidade de ser o objeto de um trabalho fotográfico tão bem feito por uma profissional tão talentosa como a Kenia.
Convido o leitor a visitar o site profissional de Kenia Ribeiro, onde para além da sessão de fotos ao ar livre comigo, estão várias amostras do seu incrível trabalho: http://kenia.art.br
Friday, May 13, 2011
Early Music get-together in Brasília | Tertúlia de música antiga em Brasília
In April a small get-together of musicians was made, with the presence of some students and already graduated musicians of the Early Music section of the School of Music of Brasília – EMB.
Besides the pleasant conversations and dinner, the get-together served to deepen our friendship and respect for each other and to take our own wives or husbands to a true Early Music family in Brasília.
It was also an opportunity and privilege to listen to Felippe Maravalhas playing Weiss and Falckenhagen in his new baroque lute, and present a duet with the Viola da Gamba player Iara Ungarelli.
We look forward to another meeting soon.
(Português)
No mês de Abril fez-se um pequeno convívio de músicos, com a presença de vários estudantes e músicos já graduados do núcleo de Música Antiga da EMB.
Para além das agradáveis conversas e do jantar, a tertúlia serviu para aprofundarmos a nossa amizade e respeito uns pelos outros e para levarmos as respetivas mulheres ou maridos para uma verdadeira família da Música antiga em Brasília.
Foi também uma oportunidade e privilégio de escutar Felippe Maravalhas tocando Weiss e Falckenhagen no seu novo alaúde barroco, e apresentar um duo com a gambista Iara Ungarelli.
Esperamos em breve fazer um novo convívio.
Besides the pleasant conversations and dinner, the get-together served to deepen our friendship and respect for each other and to take our own wives or husbands to a true Early Music family in Brasília.
It was also an opportunity and privilege to listen to Felippe Maravalhas playing Weiss and Falckenhagen in his new baroque lute, and present a duet with the Viola da Gamba player Iara Ungarelli.
We look forward to another meeting soon.
(Português)
No mês de Abril fez-se um pequeno convívio de músicos, com a presença de vários estudantes e músicos já graduados do núcleo de Música Antiga da EMB.
Para além das agradáveis conversas e do jantar, a tertúlia serviu para aprofundarmos a nossa amizade e respeito uns pelos outros e para levarmos as respetivas mulheres ou maridos para uma verdadeira família da Música antiga em Brasília.
Foi também uma oportunidade e privilégio de escutar Felippe Maravalhas tocando Weiss e Falckenhagen no seu novo alaúde barroco, e apresentar um duo com a gambista Iara Ungarelli.
Esperamos em breve fazer um novo convívio.
Wednesday, March 30, 2011
The most important album of my basic course | O álbum mais importante do meu curso básico
While starting this post I was surprised about how I didn’t write about it before. It is a simple and unassuming record, but nothing less than perfection. I know several perfect lute albums, combining the genius of the songwriting with the talent of lutenists aswell as the quality of sound and recording.
One of the albums that fit this group is "music for vihuela" by Dolores Costoyas. Not only the interpretation of the music of Luys de Narvaez and Miguel de Fuenllana is outstanding, the sound that the argentine lutenist takes from the vihuela is wonderful, but the actual album as a whole is a lute masterclass. No other album has taught me so much as this one, at various levels and details, including learning to breathe throughout the songs. It has been responsible for the biggest jump so far in my musical progression. Every time you listen to it you learn something, you drink from the source, from the absolute perfection. Close your eyes and you’ll visualize yourself in the Spanish mid-sixteenth century courts.
Português
Ao iniciar este post fiquei surpreendido como não escrevi sobre ele antes. É um disco simples e despretensioso, mas nada abaixo de perfeito. Conheço vários álbuns de alaúde perfeitos, que aliam a genialidade das composições com o talento dos alaudistas e com a qualidade do som e gravação.
Um dos álbuns que se enquadram nesse grupo é o “music for vihuela” de Dolores Costoyas. Não só a interpretação de algumas das músicas de Luys de Narvaez e Miguel de Fuenllana são extraordinárias, o som que a alaudista Argentina tira da vihuela é maravilhoso, mas o próprio álbum no seu todo é uma aula de alaúde. Nenhum outro álbum me ensinou tanto como esse, em vários níveis e detalhes, incluindo aprender a respirar durante a música. Tem sido responsável pelo maior salto até agora na minha progressão musical. A cada vez que se escuta se aprende algo, se bebe da fonte, da perfeição absoluta. Feche os olhos e se visualizará na corte espanhola em meados do século XVI.
One of the albums that fit this group is "music for vihuela" by Dolores Costoyas. Not only the interpretation of the music of Luys de Narvaez and Miguel de Fuenllana is outstanding, the sound that the argentine lutenist takes from the vihuela is wonderful, but the actual album as a whole is a lute masterclass. No other album has taught me so much as this one, at various levels and details, including learning to breathe throughout the songs. It has been responsible for the biggest jump so far in my musical progression. Every time you listen to it you learn something, you drink from the source, from the absolute perfection. Close your eyes and you’ll visualize yourself in the Spanish mid-sixteenth century courts.
Português
Ao iniciar este post fiquei surpreendido como não escrevi sobre ele antes. É um disco simples e despretensioso, mas nada abaixo de perfeito. Conheço vários álbuns de alaúde perfeitos, que aliam a genialidade das composições com o talento dos alaudistas e com a qualidade do som e gravação.
Um dos álbuns que se enquadram nesse grupo é o “music for vihuela” de Dolores Costoyas. Não só a interpretação de algumas das músicas de Luys de Narvaez e Miguel de Fuenllana são extraordinárias, o som que a alaudista Argentina tira da vihuela é maravilhoso, mas o próprio álbum no seu todo é uma aula de alaúde. Nenhum outro álbum me ensinou tanto como esse, em vários níveis e detalhes, incluindo aprender a respirar durante a música. Tem sido responsável pelo maior salto até agora na minha progressão musical. A cada vez que se escuta se aprende algo, se bebe da fonte, da perfeição absoluta. Feche os olhos e se visualizará na corte espanhola em meados do século XVI.
Wednesday, March 23, 2011
Conversation with Bernhard Hofstötter | Conversa com Bernhard Hofstötter
Today I talked a few minutes with the Austrian lutenist Bernhard Hofstötter. I knew his work because he recorded a CD of Weiss’s Suites and Concerto for two lutes in partnership with Dolores Costoyas, which I really love. I was very touched by his kindness.
The context of this conversation was my interest in becoming a lute teacher one day and to know what qualifications are needed to teach in music schools and conservatories, or if those positions are filled only by artistic criteria (I remember at least one of the world’s most famous lutenists which doesn’t have a university degree in music). I was very honored by the attention he paid to me and of his encouragement of my ideas for the future, having commended the initiative of this blog and be surprised by the 7000 visits that it already has.
When I asked him about his work, Mr. Hofstötter told me he just recorded his solo CD with works by Weiss, which is now in edition phase. It will be in stores soon.
Português
Hoje estive uns minutos à conversa com o alaudista austríaco Bernhard Hofstötter. Conhecia o seu trabalho por ter gravado um CD de Suites de Weiss e concerto para dois alaúdes em parceria com Dolores Costoyas, que realmente adoro. Fiquei muito sensibilizado com a sua amabilidade.
O contexto dessa conversa foi o meu interesse em um dia ser professor e saber quais as habilitações que serão necessárias para lecionar em escolas de música e conservatórios, ou se esses cargos são preenchidos apenas através de critérios artísticos (Lembro-me pelo menos de um dos maiores alaudistas mundiais, que nem sequer é formado em música). Fiquei muito honrado com a atenção que me prestou e de ter incentivado as minhas idéias para o futuro, tendo elogiado a iniciativa do blog e se surpreendido com as 7000 visitas que já tem.
Quando lhe perguntei sobre o seu trabalho, o Sr. Hofstötter disse-me que acabou de gravar o seu CD a solo à pouco tempo com obras de Weiss, e que está em fase de edição. Estará nas lojas em breve.
The context of this conversation was my interest in becoming a lute teacher one day and to know what qualifications are needed to teach in music schools and conservatories, or if those positions are filled only by artistic criteria (I remember at least one of the world’s most famous lutenists which doesn’t have a university degree in music). I was very honored by the attention he paid to me and of his encouragement of my ideas for the future, having commended the initiative of this blog and be surprised by the 7000 visits that it already has.
When I asked him about his work, Mr. Hofstötter told me he just recorded his solo CD with works by Weiss, which is now in edition phase. It will be in stores soon.
Português
Hoje estive uns minutos à conversa com o alaudista austríaco Bernhard Hofstötter. Conhecia o seu trabalho por ter gravado um CD de Suites de Weiss e concerto para dois alaúdes em parceria com Dolores Costoyas, que realmente adoro. Fiquei muito sensibilizado com a sua amabilidade.
O contexto dessa conversa foi o meu interesse em um dia ser professor e saber quais as habilitações que serão necessárias para lecionar em escolas de música e conservatórios, ou se esses cargos são preenchidos apenas através de critérios artísticos (Lembro-me pelo menos de um dos maiores alaudistas mundiais, que nem sequer é formado em música). Fiquei muito honrado com a atenção que me prestou e de ter incentivado as minhas idéias para o futuro, tendo elogiado a iniciativa do blog e se surpreendido com as 7000 visitas que já tem.
Quando lhe perguntei sobre o seu trabalho, o Sr. Hofstötter disse-me que acabou de gravar o seu CD a solo à pouco tempo com obras de Weiss, e que está em fase de edição. Estará nas lojas em breve.
Saturday, March 19, 2011
Weiss and Sentimentalism | Weiss e Sentimentalismo
While I await the construction start of my new baroque lute, I have my ipod full of Sylvius Leopold Weiss’s music. As I listen to every detail of the oeuvre of this unknown genius, I remember immediately of one of my favorite films - "The Pianist" by Roman Polanski, which has its soundtrack made entirely with pieces of the polish composer Fryderyk Chopin. A soulful music full of contrasts and deeply connected to the states of the human soul.
When I had this thought, the comparison seemed absurd because how this contemporary and friend of JS Bach might have something to do with a romantic of the first half of the nineteenth century? It’s just that the music of Weiss is so full of emotion and striking expressiveness that moves us and levitates us...
The answer has to do with a school of thought called "Sentimentalism," or "Empfindsamkeit", which appeared around 1720 and continued until the time of the French Revolution. This philosophy came at the end of French rationalism, which was used to discipline societies under Absolutism. It began with the break up with the church and religiousness, returning to Humanism and the belief that Man is good by nature and that his ability to feel could be expressed without restriction and sensitivity starts to be seen as a moral quality and not a weakness of spirit.
Recommended listening (youtube): Robert Barto (Naxos)
Português
Enquanto aguardo pelo início da construção do meu novo alaúde barroco, tenho o meu ipod cheio de música de Sylvius Leopold Weiss. À medida que vou ouvindo cada detalhe da obra deste gênio desconhecido, lembro-me imediatamente de um dos meus filmes preferidos – “O pianista” de Roman Polanski, que tem a sua trilha sonora inteiramente feita com peças do compositor polonês Fryderyk Chopin. Uma música sentimental e cheia de contrastes profundamente ligada aos estados da alma humana.
Quando tive esse pensamento pareceu-me absurda a comparação, até porque como este contemporâneo e amigo de J.S.Bach poderia ter algo a ver com um romântico da primeira metade do século XIX? É que a música de Weiss é tão cheia de emoção, de uma expressividade impressionante, que nos comove, nos levita...
A resposta tem a ver com uma corrente de pensamento chamada de “Sentimentalismo”, ou “Empfindsamkeit”, que apareceu por volta de 1720 e se estendeu até alturas da Revolução Francesa. Essa filosofia apareceu com o final do racionalismo francês, que foi usado para disciplinar as sociedades no Absolutismo. Foi iniciada com o rompimento com a Igreja e a religiosidade, voltando ao humanismo e à crença que os homens são por natureza bons e que a sua capacidade de sentir poderia ser expressa sem restrições, sendo que a sensibilidade passa a ser vista como uma qualidade moral e não uma fraqueza do espírito.
Audição recomendada (Youtube): Robert Barto (Naxos)
When I had this thought, the comparison seemed absurd because how this contemporary and friend of JS Bach might have something to do with a romantic of the first half of the nineteenth century? It’s just that the music of Weiss is so full of emotion and striking expressiveness that moves us and levitates us...
The answer has to do with a school of thought called "Sentimentalism," or "Empfindsamkeit", which appeared around 1720 and continued until the time of the French Revolution. This philosophy came at the end of French rationalism, which was used to discipline societies under Absolutism. It began with the break up with the church and religiousness, returning to Humanism and the belief that Man is good by nature and that his ability to feel could be expressed without restriction and sensitivity starts to be seen as a moral quality and not a weakness of spirit.
Recommended listening (youtube): Robert Barto (Naxos)
Português
Enquanto aguardo pelo início da construção do meu novo alaúde barroco, tenho o meu ipod cheio de música de Sylvius Leopold Weiss. À medida que vou ouvindo cada detalhe da obra deste gênio desconhecido, lembro-me imediatamente de um dos meus filmes preferidos – “O pianista” de Roman Polanski, que tem a sua trilha sonora inteiramente feita com peças do compositor polonês Fryderyk Chopin. Uma música sentimental e cheia de contrastes profundamente ligada aos estados da alma humana.
Quando tive esse pensamento pareceu-me absurda a comparação, até porque como este contemporâneo e amigo de J.S.Bach poderia ter algo a ver com um romântico da primeira metade do século XIX? É que a música de Weiss é tão cheia de emoção, de uma expressividade impressionante, que nos comove, nos levita...
A resposta tem a ver com uma corrente de pensamento chamada de “Sentimentalismo”, ou “Empfindsamkeit”, que apareceu por volta de 1720 e se estendeu até alturas da Revolução Francesa. Essa filosofia apareceu com o final do racionalismo francês, que foi usado para disciplinar as sociedades no Absolutismo. Foi iniciada com o rompimento com a Igreja e a religiosidade, voltando ao humanismo e à crença que os homens são por natureza bons e que a sua capacidade de sentir poderia ser expressa sem restrições, sendo que a sensibilidade passa a ser vista como uma qualidade moral e não uma fraqueza do espírito.
Audição recomendada (Youtube): Robert Barto (Naxos)
Wednesday, March 2, 2011
A motet for new friends | Um moteto para novos amigos
This week, while I decide the contents of my graduation recital and start rehearsing the Vivaldi trios to perform in the middle of the semester, I want to homage some new friends with a post a little different than usual. Last week I traveled to a place literally out of this world, where my consciousness was expanded and I learned new practices more conscious about the environment, myself and others around me, about happiness and fulfillment, and also the sustainability of human beings in the future of the planet.
In moments of meditation, I used to hear the waves come together with my own breathing, but during this week some of my silences were trips by the sound of the "Spem in Alium" motet by Thomas Tallis. Now here, back to my musical life when I hear this song I remember the starry sky and the silents lightnings across all the horizon of that heaven.
I dedicate this post and this divine music to them. Thanks for existing. Pax Vobiscum.
Luís
Spem in Alium - Thomas Tallis - 8 choirs (40 voices) 8 coros (40 vozes)
(Português)
Esta semana, enquanto decido o conteúdo do meu recital de formatura e inicio os ensaios para apresentar os trios de Vivaldi no meio do semestre, gostaria de homenagear alguns novos amigos com um post um pouco diferente do habitual. Na semana passada viajei para um local literalmente fora deste mundo, onde expandi a minha consciência e aprendi novas práticas mais conscientes com o ambiente, comigo e com os outros à minha volta, com a felicidade e plenitude, e também com a sustentabilidade do ser humano no futuro do Planeta.
Em momentos de meditação, costumava ouvir as ondas do mar chegarem junto da minha própria respiração, mas durante essa semana alguns dos meus silêncios foram viagens ao som do moteto “Spem in Alium” de Thomas Tallis. Agora aqui, de volta à minha vida musical, quando eu ouço esta música lembro do céu estrelado e dos relâmpagos silenciosos por todo o horizonte desse Paraíso.
Dedico este post e esta música divina a eles. Obrigado por existirem. Pax Vobiscum.
Luís
In moments of meditation, I used to hear the waves come together with my own breathing, but during this week some of my silences were trips by the sound of the "Spem in Alium" motet by Thomas Tallis. Now here, back to my musical life when I hear this song I remember the starry sky and the silents lightnings across all the horizon of that heaven.
I dedicate this post and this divine music to them. Thanks for existing. Pax Vobiscum.
Luís
Spem in Alium - Thomas Tallis - 8 choirs (40 voices) 8 coros (40 vozes)
(Português)
Esta semana, enquanto decido o conteúdo do meu recital de formatura e inicio os ensaios para apresentar os trios de Vivaldi no meio do semestre, gostaria de homenagear alguns novos amigos com um post um pouco diferente do habitual. Na semana passada viajei para um local literalmente fora deste mundo, onde expandi a minha consciência e aprendi novas práticas mais conscientes com o ambiente, comigo e com os outros à minha volta, com a felicidade e plenitude, e também com a sustentabilidade do ser humano no futuro do Planeta.
Em momentos de meditação, costumava ouvir as ondas do mar chegarem junto da minha própria respiração, mas durante essa semana alguns dos meus silêncios foram viagens ao som do moteto “Spem in Alium” de Thomas Tallis. Agora aqui, de volta à minha vida musical, quando eu ouço esta música lembro do céu estrelado e dos relâmpagos silenciosos por todo o horizonte desse Paraíso.
Dedico este post e esta música divina a eles. Obrigado por existirem. Pax Vobiscum.
Luís
Wednesday, February 16, 2011
Preparing a recital | Preparando um recital
I’ve started the last semester of the basic lute course. Now it's time to prepare my graduation recital, that when I have to play in public for 40 minutes in late June. The first weeks will be for choosing repertoire, which in students’ recitals usually follow a theme. Thus, a vocal music theme is being naturally drawn, from sacred to popular and courtesan, played on lute. This small program will have introductions or interludes with pieces written exclusively for solo lute.
We are in discussion if we’ll play Vivaldi together or a string of Renaissance duos. In conversation with the teacher, we concluded that Vivaldi did not have much to do with the Renaissance program and that these Baroque trios might require another presentation.
(português)
Comecei o último semestre do curso de alaúde básico. Agora é hora de preparar o meu recital de formatura, em que terei de tocar cerca de 40 minutos em público em finais de junho. As primeiras semanas serão de escolha de repertório, que nos recitais acadêmicos normalmente obedece a um tema. Desse modo, parece desenhar-se naturalmente um tema de música vocal, desde a sacra à popular e cortesã, tocada em alaúde. Esse pequeno programa terá introduções ou interlúdios com peças escritas exclusivamente para o alaúde solo.
Estamos em discussão se tocaremos Vivaldi em conjunto ou uma seqüência de duos renascentistas. Em conversa com o professor, chegamos à conclusão que Vivaldi não tem muito a ver com o programa renascentista e que esses trios barrocos talvez requeressem outra apresentação.
We are in discussion if we’ll play Vivaldi together or a string of Renaissance duos. In conversation with the teacher, we concluded that Vivaldi did not have much to do with the Renaissance program and that these Baroque trios might require another presentation.
(português)
Comecei o último semestre do curso de alaúde básico. Agora é hora de preparar o meu recital de formatura, em que terei de tocar cerca de 40 minutos em público em finais de junho. As primeiras semanas serão de escolha de repertório, que nos recitais acadêmicos normalmente obedece a um tema. Desse modo, parece desenhar-se naturalmente um tema de música vocal, desde a sacra à popular e cortesã, tocada em alaúde. Esse pequeno programa terá introduções ou interlúdios com peças escritas exclusivamente para o alaúde solo.
Estamos em discussão se tocaremos Vivaldi em conjunto ou uma seqüência de duos renascentistas. Em conversa com o professor, chegamos à conclusão que Vivaldi não tem muito a ver com o programa renascentista e que esses trios barrocos talvez requeressem outra apresentação.
Saturday, February 12, 2011
Lisbon and lute | Lisboa e alaúde
I arrived a few days ago from Lisbon. My hometown brings me a mixture of personal feelings, but to a history lover as I am is a true dream. The city is full of memories and surviving monuments of the great earthquake of 1755, as well as historical sites with wonderful acoustics, as the “Memória church” where the remains of the Marquis of Pombal are, which I visited after making a stop at the world-famous Belém pastries. Next to it is located the Tropical Botanical Garden and a after it, the “Jerónimos Monastery” and “Tower of Belém”, which are declared World Heritage by UNESCO, and several museums. These scenarios opened my appetite for another year of lute and repertoire research.
At the house where I grew up, my parents became fans of the instrument to which I dedicate myself and started attending concerts at the Gulbenkian Foundation. They ask me for advice to buy quality CDs and listen to the "Diaspora Sefardí" by Jordi Savall at home and in the car. However, my 9 year-old nephew found my old CD collection, acquired in my teen years with the money of hundreds of school lunches and now is a heavy metal fan. I tried to get rid of some of the most radical ones in a used CD store, so the boy does not become a vampire or may imitate Viriato * to the snows of the Estrela Mountain range. He is learning classical guitar and his younger sister attends violin lessons, that is, they are interested in music.
For my practice, I brought two Australian adjustable straps for the lute and replace the black silk strap I was using and that I started considering too funereal, although more historically correct. I also bought a cheap camcorder to start filming some lute videos, and if possible, my teacher and other colleagues aswell. Maybe I can show a bit of our personal and EMB work through Youtube.
That is it, I’ll write soon and welcome you into the musical year of 2011.
* (Lusitanian warlord who defeated the Roman legions for three times from the mountainous region of northeastern Portugal)
(português)
Cheguei há dias de Lisboa. A minha cidade natal traz-me um misto de sentimentos pessoais, mas para um amante de história como eu sou, é um verdadeiro sonho. A cidade é repleta de memórias e de monumentos sobreviventes ao grande terremoto de 1755, além de locais históricos com uma acústica maravilhosa, como a igreja da Memória onde estão os restos mortais do Marquês de Pombal, que visitei após fazer uma paragem nos famosos pastéis de Belém. Ali ao lado fica o Jardim Botânico Tropical e, mais adiante, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, que estão declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO, além de vários museus. Esses cenários me abriram o apetite para mais um ano de alaúde e pesquisa de repertório.
Na casa onde cresci, os meus pais se tornaram fãs do instrumento a que me dedico e freqüentam os concertos da Fundação Gulbenkian. Pedem-me conselhos para a compra de CDs de qualidade e ouvem a “Diáspora Sefardi” de Jordi Savall nos trajetos de carro e em casa. No entanto, o meu sobrinho de 9 anos descobriu a minha antiga coleção de CDs, adquiridos na minha adolescência com o dinheiro de centenas de almoços escolares e agora é fã de heavy metal. Procurei desfazer-me de alguns dos mais radicais numa loja de CDs usados, para que o garoto não se torne num vampiro ou vá imitar Viriato* para as neves da Serra da Estrela. Ele aprende violão e a irmã mais nova frequenta lições de violino, isto é, interessam-se pela música.
Para a minha prática, trouxe duas bandas reguláveis australianas para prender o meu alaúde à volta do pescoço e substituir a faixa de seda preta que considerava demasiado fúnebre, apesar de, historicamente mais correta. Também comprei uma câmara de vídeo para me iniciar a fazer algumas pequenas filmagens de alaúde e, se possível, do meu professor e de outros colegas. Talvez até possa divulgar um pouco do nosso trabalho pessoal e da Escola de Música de Brasília (EMB) através do Youtube.
É isso, escreverei em breve e vos dou as boas vindas ao ano musical de 2011.
* (Senhor da Guerra lusitano que derrotou as legiões romanas por três vezes a partir da região montanhosa do nordeste de Portugal).
At the house where I grew up, my parents became fans of the instrument to which I dedicate myself and started attending concerts at the Gulbenkian Foundation. They ask me for advice to buy quality CDs and listen to the "Diaspora Sefardí" by Jordi Savall at home and in the car. However, my 9 year-old nephew found my old CD collection, acquired in my teen years with the money of hundreds of school lunches and now is a heavy metal fan. I tried to get rid of some of the most radical ones in a used CD store, so the boy does not become a vampire or may imitate Viriato * to the snows of the Estrela Mountain range. He is learning classical guitar and his younger sister attends violin lessons, that is, they are interested in music.
For my practice, I brought two Australian adjustable straps for the lute and replace the black silk strap I was using and that I started considering too funereal, although more historically correct. I also bought a cheap camcorder to start filming some lute videos, and if possible, my teacher and other colleagues aswell. Maybe I can show a bit of our personal and EMB work through Youtube.
That is it, I’ll write soon and welcome you into the musical year of 2011.
* (Lusitanian warlord who defeated the Roman legions for three times from the mountainous region of northeastern Portugal)
(português)
Cheguei há dias de Lisboa. A minha cidade natal traz-me um misto de sentimentos pessoais, mas para um amante de história como eu sou, é um verdadeiro sonho. A cidade é repleta de memórias e de monumentos sobreviventes ao grande terremoto de 1755, além de locais históricos com uma acústica maravilhosa, como a igreja da Memória onde estão os restos mortais do Marquês de Pombal, que visitei após fazer uma paragem nos famosos pastéis de Belém. Ali ao lado fica o Jardim Botânico Tropical e, mais adiante, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, que estão declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO, além de vários museus. Esses cenários me abriram o apetite para mais um ano de alaúde e pesquisa de repertório.
Na casa onde cresci, os meus pais se tornaram fãs do instrumento a que me dedico e freqüentam os concertos da Fundação Gulbenkian. Pedem-me conselhos para a compra de CDs de qualidade e ouvem a “Diáspora Sefardi” de Jordi Savall nos trajetos de carro e em casa. No entanto, o meu sobrinho de 9 anos descobriu a minha antiga coleção de CDs, adquiridos na minha adolescência com o dinheiro de centenas de almoços escolares e agora é fã de heavy metal. Procurei desfazer-me de alguns dos mais radicais numa loja de CDs usados, para que o garoto não se torne num vampiro ou vá imitar Viriato* para as neves da Serra da Estrela. Ele aprende violão e a irmã mais nova frequenta lições de violino, isto é, interessam-se pela música.
Para a minha prática, trouxe duas bandas reguláveis australianas para prender o meu alaúde à volta do pescoço e substituir a faixa de seda preta que considerava demasiado fúnebre, apesar de, historicamente mais correta. Também comprei uma câmara de vídeo para me iniciar a fazer algumas pequenas filmagens de alaúde e, se possível, do meu professor e de outros colegas. Talvez até possa divulgar um pouco do nosso trabalho pessoal e da Escola de Música de Brasília (EMB) através do Youtube.
É isso, escreverei em breve e vos dou as boas vindas ao ano musical de 2011.
* (Senhor da Guerra lusitano que derrotou as legiões romanas por três vezes a partir da região montanhosa do nordeste de Portugal).
Monday, January 31, 2011
Lisbon without sheet music | Lisboa sem partituras
In the last weeks I’ve been visiting my home country and seized the opportunity to search for sheet music by the brilliant Portuguese Baroque composer Carlos Seixas (1704-1742), to eventually play on my archlute, which will be built in the middle of the year.
My choice fell upon a sonata for harpsichord that I used to hear being played by Pedro Caldeira Cabral, adapted to the Portuguese guitar, and naturally, on harpsichord. In my opinion, Seixas’ music represents well the Portuguese "Oceanic Baroque" with particular characteristics found in "modern fado, for instance, which are not found in contemporaries such as Scarlatti, Bach and Couperin.
However, I searched around the city and I didn’t find any sheet music for sale. In a couple of shops I found some piano pieces, but not even for classical guitar. Even the Lisbon Conservatory store where I used to find loads of sheet music (including those I was searching for) no longer exists.
I wonder aswell if the edition of sheet music for millions of students, teachers and other practitioners, listeners and music enthusiasts is now also done only online and for profit. But of course this is a question to which I believe I already know the answer. It’s a pity.
(português)
Nas últimas semanas estive de visita ao meu país natal e aproveitei para procurar partituras do genial compositor barroco português Carlos Seixas (1704-1742), para futuramente tocar no meu arquialaúde, que será construído no meio do ano.
A escolha caiu sobre uma sonata para cravo que costumava ouvir ser tocada por Pedro Caldeira Cabral adaptada à guitarra portuguesa e naturalmente, ao cravo. Na minha opinião, a música de Seixas representa bem o “barroco oceânico” português, com caracteristicas particulares por exemplo encontradas no “moderno” fado, que não se encontram em contemporâneos como Scarlatti, Bach ou Couperin.
No entanto, percorri a cidade de um lado a outro e não encontrei partituras à venda. Em duas lojas encontrei algumas peças para piano, mas nem para guitarra clássica encontrei. Até a loja do Conservatório de Lisboa onde me habituei a encontrar as partituras (incluindo as que procurava) já não existe.
Pergunto-me se também a edição de partituras para milhões de alunos, professores e outros praticantes, ouvintes e entusiastas da música também já é feita somente por meios informáticos e para fins lucrativos. Mas claro que esta é uma pergunta para a qual creio já saber a resposta. É pena.
My choice fell upon a sonata for harpsichord that I used to hear being played by Pedro Caldeira Cabral, adapted to the Portuguese guitar, and naturally, on harpsichord. In my opinion, Seixas’ music represents well the Portuguese "Oceanic Baroque" with particular characteristics found in "modern fado, for instance, which are not found in contemporaries such as Scarlatti, Bach and Couperin.
However, I searched around the city and I didn’t find any sheet music for sale. In a couple of shops I found some piano pieces, but not even for classical guitar. Even the Lisbon Conservatory store where I used to find loads of sheet music (including those I was searching for) no longer exists.
I wonder aswell if the edition of sheet music for millions of students, teachers and other practitioners, listeners and music enthusiasts is now also done only online and for profit. But of course this is a question to which I believe I already know the answer. It’s a pity.
(português)
Nas últimas semanas estive de visita ao meu país natal e aproveitei para procurar partituras do genial compositor barroco português Carlos Seixas (1704-1742), para futuramente tocar no meu arquialaúde, que será construído no meio do ano.
A escolha caiu sobre uma sonata para cravo que costumava ouvir ser tocada por Pedro Caldeira Cabral adaptada à guitarra portuguesa e naturalmente, ao cravo. Na minha opinião, a música de Seixas representa bem o “barroco oceânico” português, com caracteristicas particulares por exemplo encontradas no “moderno” fado, que não se encontram em contemporâneos como Scarlatti, Bach ou Couperin.
No entanto, percorri a cidade de um lado a outro e não encontrei partituras à venda. Em duas lojas encontrei algumas peças para piano, mas nem para guitarra clássica encontrei. Até a loja do Conservatório de Lisboa onde me habituei a encontrar as partituras (incluindo as que procurava) já não existe.
Pergunto-me se também a edição de partituras para milhões de alunos, professores e outros praticantes, ouvintes e entusiastas da música também já é feita somente por meios informáticos e para fins lucrativos. Mas claro que esta é uma pergunta para a qual creio já saber a resposta. É pena.
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